2008-07-26 13:03:25

BISPO FILIPINO AMEAÇADO RECEBE APOIO DA COMUNIDADE MUÇULMANA


Manila, 26 jul (RV) - O Conselho Islâmico das Filipinas saiu em defesa dos católicos ameaçados por integralistas partidários do grupo Abu Sayyaf.

O presidente do Conselho Islâmico, Tajah Basman, enviou uma mensagem de solidariedade a Dom Martin S. Jumoad, bispo da prelazia territorial de Isabela, no sul de Mindanao, depois das ameaças recebidas no dia 18 deste mês.

Uma carta foi enviada a Dom Jumoad e publicada pela imprensa filipina. Nela, os integralistas exigem do bispo, dos cristãos e de todos os fiéis de outras religiões o pagamento de uma taxa (jizya). Esse imposto foi criado no período do Império Otomano, que permitia aos não-muçulmanos praticar sua fé e garantia sua proteção.

O texto é assinado por Paruji Indama e Nur Hassan J. Kallitut, que se autodefinem "mujahidin". Eles concedem ao bispo um prazo de 15 dias para dar uma resposta; do contrário, "será considerado um inimigo".

O bispo esclareceu que não se trata da primeira ameaça, mas que demonstra uma perigosa tendência na região. Entretanto, Dom Jumoad anunciou alguns dias de retiro espiritual. Na presença de 17 sacerdotes e 27 freiras que trabalham na prelazia, durante o retiro serão debatidos vários argumentos de pastoral e como responder às ameaças recebidas.

Também o movimento Silsilah, promotor de diálogo entre cristãos e muçulmanos, condenou a carta, definindo os autores "verdadeiros impostores".

Enquanto isso, sempre em Mindanao, o bispo de Cagayan de Oro, Dom Antonio J. Ledesma, lançou um apelo aos residentes na região autônoma muçulmana para que participem das eleições de 11 de agosto.

Dom Ledesma se dirige aos muçulmanos, chamando-os de "irmãos", para destacar os consolidados laços de amizade e de confiança estabelecidos pela Igreja Católica com as comunidades e os líderes muçulmanos da Ilha.

As eleições em Mindanao se realizam a cada três anos. Cerca de um milhão de eleitores deverão escolher o governador, o vice-governador e três parlamentares.

Grupos de guerrilheiros realizaram recentemente diversas ações terroristas para desencorajar os cidadãos a exercitarem seu direito ao voto. (BF)







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