2008-07-22 20:22:53

CARITAS DA AMÉRICA LATINA CONDENA POLÍTICA EUROPÉIA QUE CRIMINALIZA IMIGRANTES ILEGAIS


Merlo-Moreno, 22 jul (RV) - Os membros da Cáritas da América Latina e do Caribe fizeram um apelo ao Parlamento Europeu a fim de que desista da política de criminalizar os imigrantes ilegais e as migrações.

Tal apelo foi feito num comunicado assinado pelo presidente do organismo, dom Fernando Maria Bargalló, bispo de Merlo-Moreno, na Argentina. A nota foi escrita depois da aprovação pelo Parlamento Europeu em 18 de junho passado da lei que cria novas regras para a repatriação de imigrantes ilegais.

Tal lei prevê ainda um período de detenção de um ano e meio para as pessoas que se encontram em situação irregular, além impedi-las de entrar na Europa durante cinco anos.

"Deploramos com veemência tal política da União Européia de considerar os imigrantes ilegais como delinqüentes, promovendo a expulsão, medidas de detenção e a proibição de uma nova entrada na Europa", afirmam os membros do Secretariado Latino-Americano e Caribenho da Cáritas (SELACC). Tais medidas serão também aplicadas aos menores de idade.

"As nossas tradições religiosas ensinam que devemos acolher com amor os nossos irmãos e irmãs. Todos os dias somos testemunhas dos sofrimentos das famílias de imigrantes que perderam seus entes queridos, de imigrantes que são explorados em seus trabalhos ou caíram nas mãos dos traficantes de seres humanos", lê-se ainda no comunicado.

A Cáritas adverte que se o fenômeno da imigração não for afrontado seriamente os imigrantes latino-americanos, africanos e asiáticos repatriados voltarão sucessivamente se não melhorarem as condições de vida em seus países.

Os membros do organismo pedem ao Parlamento Europeu que estude junto com os países de origem dos imigrantes, medidas que promovam o desenvolvimento équo e solidário, além de criar oportunidades aos imigrantes ilegais que trabalham e residem nos países da União Européia de serem regularizados mediante critérios racionais. A Caritas pede ainda para que seja reduzido o tempo necessário para a reunificação familiar e que sejam desenvolvidas nas fronteiras, políticas de segurança coerentes com os direitos humanos.

"Como organização de índole religiosa, caritativa e solidária chamamos a atenção sobre a dimensão ética do Parlamento Europeu a fim de que sejam colocadas em prática políticas que protejam a dignidade humana", conclui o comunicado. (MJ)







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