IGREJA NA LIBÉRIA PEDE CONSTITUIÇÃO DE UM TRIBUNAL PARA OS CRIMES DE GUERRA
Monróvia, 21 jul (RV) - O administrador apostólico de Monróvia, capital da
Libéria, mons. Andrew Karnley, disse que os responsáveis pelo massacre ocorrido no
país em 29 de julho de 1990, devem responder pelos crimes cometidos.
Karnley
fez tal afirmação durante uma cerimônia que lembrou as 700 vítimas desse massacre
ocorrido na Igreja Luterana de São Pedro, perpetrado pelas tropas do então presidente
Samuel Doe. O administrador apostólico convidou os liberianos a fazer com que não
ocorram outros massacres semelhantes aos cometidos pelas facções da guerra civil.
Na Libéria, foi constituída uma Comissão para a Verdade e a Reconciliação,
conforme o modelo adotado na África do Sul depois do apartheid (regime de segregação
racial), a fim de indagar sobre os crimes cometidos durante a guerra civil. Na Libéria
circularam vozes em favor da instituição de um tribunal para crimes de guerra, como
o estabelecido em Serra Leoa.
Segundo mons. Karnley a Igreja Católica também
quer pedir a constituição de um tribunal para crimes de guerra na Libéria. "Devemos
lutar pela justiça e julgar por seus crimes aqueles que os cometeram", ressaltou ele.
"Dizer a verdade é um processo terapêutico. Acredito que monumentos especiais devam
ser construídos nas entradas de nossas principais cidades, em memória daqueles que
perderam a vida durante este horror nacional". (MJ)