2008-07-18 08:24:24

Meta do ecumenismo é a plena comunhão eucarística: Bento XVI aos representantes de outras confissões cristãs


(18/7(2008) Num encontro ecuménico, na Cripta da catedral de Sidney, Bento XVI deu graças a Deus pela oportunidade de se encontrar com os representantes das diversas comunidades cristãs da Austrália – país caracterizado por grande diversidade étnica e religiosa, nação que reconhece a importância da liberdade religiosa.
“Trata-se – sublinhou o Papa - de um direito fundamental, que, se respeitado, permite aos cidadãos agirem sobre a base de valores radicados nas suas mais profundas convicções, contribuindo assim para o bem-estar de toda a sociedade. Deste modo os cristãos contribuem, conjuntamente com os membros das outras religiões, para a promoção da dignidade humana e da amizade entre as nações”.
Referindo um “Acordo” assinada em 2004 pelos membros do Conselho Nacional das Igrejas na Austrália, o Papa referiu com apreço este “documento que reconhece um empenho comum, indica objectivos, declara pontos de convergência, sem esquivar apressadamente as diferenças” (disse).
Sublinhando a importância do Baptismo - “porta de entrada na Igreja”, “vínculo da unidade” para todos os que graças a ele renasceram, Bento XVI observou que o Baptismo constitui o ponto de partida para todo o movimento ecuménico, mas não o ponto de chegada. “O caminho do ecumenismo visa em última análise uma celebração comum da Eucaristia - “Sacramento por excelência da unidade da Igreja”. “Podemos ter a certeza de que um dia uma Eucaristia comum mais não fará do que sublinhar a nossa decisão de nos amarmos e servirmos uns aos outros, à imitação do nosso Senhor”. “É por isso que o diálogo sobre o lugar da Eucaristia contribuirá para fazer avançar o movimento ecuménico e para unificar o nosso testemunho perante o mundo”.
Outro aspecto desenvolvido pelo Santo Padre, foi o elo entre o diálogo teológico e o empenho comum com a vida das respectivas sociedades civis. Com uma advertência: “Devemos estar de sobreaviso contra a tentação de considerar a doutrina como uma fonte de divisão e portanto de impedimento àquilo que parece ser a tarefa mais urgente e imediata para melhorar o mundo em que vivemos. (…) Quanto mais assiduamente nos dedicarmos a alcançar uma compreensão comum dos divinos mistérios, tanto mais eloquentemente as nossas obras de caridade falarão da imensa bondade de Deus e do seu amor para com todos. (…) O diálogo ecuménico avança não apenas mediante um intercâmbio de ideias, mas partilhando os dons que nos enriquecem mutuamente”. Uma “ideia” tem como objectivo alcançar a verdade; um “dom” exprime o amor. Ambos são essenciais ao diálogo. Abrirmo-nos à aceitação dos bens espirituais de outros cristãos estimula a nossa capacidade de advertir a luz da verdade que vem do Espírito Santo”.
Com as imagens bíblicas, complementares, de “corpo” e de “templo”, Bento XVI fez notar o modo como São Paulo chama a atenção para a unidade orgânica e para a diversidade que permitem à Igreja respirar e crescer, como num “templo” sólido e bem estruturado, composto de pedras vivas, apoiadas sobre alicerces seguros. O próprio Jesus– sublinha o Papa – recolhe em si, em perfeita unidade, estas imagens de “corpo” e de “templo”.
“Como concidadãos desta casa de Deus, os cristãos devem actuar conjuntamente para fazer com que o edifício permaneça sólido, de tal modo que outras pessoas se sintam atraídas para nele entrar, descobrindo aí os abundantes tesouros de graça que se encontram no seu interior”.
A versão integral dos discursos pronunciados pelo Santo Padre está disponível no site da Santa Sé www.vatican.va e nas várias edições do jornal L’Osservatore Romano.







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