2008-07-14 11:59:59

Importante e significativa a presença dos aborígenes nos acontecimentos da visita papal à Austrália


Na grande missa final, no próximo domingo de manhã, um grupo de aborígenes representará os povos nativos da Austrália. Entretanto, exprimindo a atenção que Bento XVI reserva a esta população, nestes primeiros dias de repouso do Papa, o seu Secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, visitará uma aldeia de aborígenes, acompanhado por alguns outros membros do séquito papal.
Aos povos aborígenes, o primeiro-ministro australiano Kevin Rudd, em Fevereiro passado, pediu oficialmente desculpas pelas injustiças de que foram vítimas no passado. O chefe do governo denunciou nomeadamente a “assimilação forçada” que lhe foi imposta desde 1910 até 1970.
Segundo revelou Padre Lombardi, responsável dos serviços de informação da Santa Sé, também o Papa enfrentará esta questão do respeito dos aborígenes nos discursos que pronunciará na Austrália. Aliás já em 2006, numa Carta enviada por ocasião dos 20 anos da visita de João Paulo II à Austrália, Bento XVI referiu expressamente esta espinhosa questão, afirmando nomeadamente:
“Só através de uma disponibilidade para aceitar a verdade história, é possível chegar a uma sã compreensão da realidade contemporânea e aderir à visão de um futuro harmonioso. Encorajo pois, uma vez mais todos os australianos a enfrentar com compaixão e determinação as causas profundas da chaga que ainda hoje afecta tantos cidadãos aborígenes. O empenho pela verdade abre a via à reconciliação duradoura através de um processo de cura que implica pedir e conceder perdão, dois elementos indispensáveis para a paz. É deste modo que se purifica a nossa memória, restituindo a serenidade ao nosso coração e assegurando ao nosso futuro uma esperança bem fundamenta sobre a paz que brota da verdade” (fim de citação).
Logo à sua chegada ao território australiano, domingo de manhã, em Darwin, escala técnica do voo papal, Bento XVI recebeu em dom uma reprodução de “Nossa Senhora dos Aborígenes”, venerado pelos povos nativos da Austrália. A oferta foi feita pelo bispo católico local, D. Eugénio Hurley, que se declarou feliz pelo oportunidade de acolher o Papa “em nome de todos os australianos, mas antes de mais dos territoriais, isto é, da população autóctone.
Segundo os especialistas na matéria, existem actualmente na Austrália 517 mil aborígenes, que correspondem a 2,5 % da população. A sua expectativa de vida é de 59 anos contra os 76 da média nacional; e, para as mulheres, 65 anos, contra os 82 para o resto da população. É sobretudo o limitado acesso à assistência médico-sanitária que afecta duramente as crianças, que sofrem de modo crónico de doenças nos olhos (por exemplo o tracoma, infecção que leva à cegueira), de anemia e de danos cerebrais ligados à má-nutrição.








All the contents on this site are copyrighted ©.