Papa responde, durante o voo, a cinco perguntas dos jornalistas
“Uma grande festa da fé”, que “abre novas fronteiras de união entre as culturas”:
esta a leitura que o próprio Papa, em voo para a Austrália, forneceu desta sua viagem
pastoral, no costumado encontro informal com os jornalistas que o acompanham. Uma
conversação que durou uns 20 minutos e em que Bento XVI respondeu a cinco perguntas
que lhe foram colocadas. A primeira dizia respeito ao próprio Encontro Mundial
dos Jovens. “É com muita alegria que me desloco à Austrália – declarou o Papa. Tenho
belíssimas recordações da JMJ de Colónia. Não foi uma mera manifestação de massa:
foi sobretudo uma grande festa da fé, um encontro humano de comunhão com Cristo. Ali
vimos como a fé abre as fronteiras e é mesmo capacidade de união entre as diferentes
culturas, e como cria alegria! Espero que o mesmo aconteça agora na Austrália… A mensagem
essencial consta das palavras que são o lema desta JMJ: falamos do Espírito Santo
que nos faz testemunhas deste Espírito. Quereria concentrar a minha mensagem precisamente
nesta realidade do Espírito Santo, nas suas diversas dimensões”. A segunda pergunta,
em inglês, partiu do repórter de um grande jornal australiano, sobre o futuro da Igreja
na Austrália, sociedade secularizada: perguntava-se se o Papa é pessimista ou optimista
perante uma situação sombria, difícil… Bento XVI observou que a experiência de Deus
é sempre algo de válido e essencial, em qualquer situação. A questão é ver como suscitá-la,
testemunhá-la, também hoje, na sociedade secularizada. A terceira questão, também
da parte de um jornalista australiano, era sobre os abusos sexuais da parte de membros
do clero católico do país. Como tinha já feito com grande clareza na viagem aos Estados
Unidos, também desta vez o Papa assegurou que a Igreja de modo algum aceita estes
abusos, e que é fundamental que não subsistam dúvidas a esse respeito, para que tais
factos não se possam voltar a repetir. Por outro lado há que prosseguir o esforço
pastoral de curar as almas feridas, acompanhando com grande atenção as vítimas e suas
famílias. Outra pergunta dizia respeito às mutações climáticas, tema muito sentido
na Austrália, terra que conhece a seca e que se encontra perto da região onde mais
se fazem sentir os tifões, etc. Bento XVI assegurou que irá falar aos jovens também
desta responsabilidade no que diz respeito à natureza criada, sem naturalmente entrar
em pormenores de natureza técnica, tarefa dos cientistas e dos políticos. Contudo,
do ponto de vista moral desta responsabilidade, afirmou ser um dever que sente seu
e do qual não se cansará de falar. Finalmente, houve uma pergunta sobre a Comunhão
Anglicana e Conferência de Lambeth, que está para ter início. Perguntava-se ao Papa
que votos formulava, perante uma situação tão difícil como a que vive neste momento
a Comunhão Anglicana. Bento XVI respondeu que rezará por esta intenção, para que os
participantes nesta Conferência enfrentem as questões na fidelidade ao Evangelho,
no mundo de hoje.