2008-07-07 13:49:43

MEMBRO DA CÚRIA MILANESA ACUSA MINISTRO ITALIANO DE FASCISTA


Milão, 07 jul (RV) - Prossegue a polêmica a respeito do fechamento ou não do Centro de cultura islâmica mais importante da cidade Milão. Todas as sextas-feiras, dia sagrado para o islamismo, cerca de quatro mil fiéis ocupam as calçadas perto do Centro para rezar.

Em defesa dos muçulmanos interveio a Igreja local. O responsável pelas relações ecumênicas e inter-religiosas da arquidiocese de Milão, Mons. Gianfranco Bottoni, declarou que impedir a oração muçulmana da sexta-feira é uma decisão que somente um regime fascista ou populista pode tomar, por se tratar de um método "ditatorial". "Ouso esperar que não estejamos assim tão decadentes", disse Mons. Bottoni.

A polêmica voltou à tona depois das últimas declarações do ministro do Interior italiano, Roberto Maroni, que propôs o fechamento do Centro como medida para "resolver" o problema. Alguns membros do governo de Silvio Berlusconi amenizaram a tensão, declarando que não se trata de proibição de culto, mas de medidas preventivas.

Mas Mons. Bottoni foi incisivo: "Duvido que as instituições civis de um país democrático possam proibir um direito constitucional como a liberdade religiosa e de culto. Poderiam fazê-lo somente espezinhando Constituição e democracia, laicidade do Estado e civilidade do Ocidente". O prelado recorda que fechar o Centro requer uma iniciativa da magistratura. Caso contrário, deve-se falar de abuso.

Em resposta às críticas da Igreja milanesa, o ministro Maroni ironizou, afirmando que receber insultos e não replicar é, evidentemente, o destino de homens como ele, ou seja, de boa índole.

Ele explicou que não se trata de fechar o Centro, mas de transferi-lo para um local onde as normas urbanísticas e de higiene possam ser respeitadas. Ainda segundo o ministro, a direção do Centro concordou com a sua transferência. (BF)







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