Jornada Mundial da Juventude de Sydney e Cimeira do G8, no Japão, nas palavras do
Papa por ocasião do Angelus, em Castelgandolfo
A uma semana da sua partida para a Austrália, para participar na Jornada Mundial da
Juventude, neste domingo ao meio-dia, em Castelgandolfo, por ocasião do Angelus, Bento
XVI evocou como “um renovado Pentecostes” este importante acontecimento eclesial e
pediu orações por essa intenção. Em vésperas do Encontro dos chefes de estado e de
governo dos países membros do G8, no Japão, o Santo Padre fez um apelo a que predomine
o sentido de solidariedade e se contribua para tomar medidas que relancem um processo
équo de desenvolvimento integral.
É já sábado próximo que o Papa partirá,
se Deus quiser, com destino a Sydney, para onde a partir de agora irão convergindo
jovens provenientes dos diversos continentes para participarem na XXIII Jornada Mundial
da Juventude. Uma iniciativa a que nenhum cristão deve ficar indiferente:
“Convido
toda a Igreja a sentir-se participante desta nova etapa da grande peregrinação juvenil
através do mundo, iniciada em 1985 pelo Servo de Deus João Paulo II. A próxima
Jornada Mundial da Juventude preanuncia-se como um renovado Pentecostes: desde há
um ano que as comunidades cristãs se preparam seguindo as indicações contidas na Mensagem
sobre o tema Tereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós e ser-me-eis
testemunhas.”
“É a promessa que Jesus fez aos seus discípulos depois da
ressurreição, e que permanece sempre válida e actual na Igreja (observou o Papa):
é o Espírito Santo, desejado e acolhido na oração, que infunde nos crentes a capacidade
de serem testemunhas de Jesus e do seu Evangelho”.
“Estou certo de que de
todos os cantos da terra os católicos se unirão a mim e aos jovens congregados, como
num Cenáculo, em Sydney, invocando intensamente o Espírito Santo, para que inunde
os corações de luz interior, de amor a Deus e aos irmãos, da corajosa iniciativa de
introduzir na variedade das línguas e das culturas a eterna mensagem de Jesus”.
A
concluir a sua alocução antes da recitação do Angelus, Bento XVI confiou a Maria a
sua viagem à Austrália e o Encontro dos Jovens, em Sydney. Neste primeiro domingo
de Julho, o Papa invocou também a “intercessão de Maria para que o período estivo
possa oferecer a todos a ocasião de um tempo de repouso e de restabelecimento físico
e espiritual”.
Foi depois das Ave-Marias que Bento XVI recordou a Cimeira
anual do G8, nesta segunda-feira, no Japão. O Papa referiu as “numerosas vozes” que
se elevaram, nestes dias (nomeadamente das Conferências Episcopais dos países ali
representados), para pedir que “se concretizem os compromissos assumidos nos anteriores
encontros do G8 e se adoptem corajosamente todos as medidas necessárias para vencer
os flagelos da pobreza extrema, da fome, das doenças, do analfabetismo, que afectam
ainda grande parte da humanidade”…
“Uno-me também eu a este premente apelo
à solidariedade! Dirijo-me pois aos participantes no encontro de Hokkarido-Toyako,
para que coloquem no centro das suas deliberações as necessidades das populações mais
débeis e mais pobres, cuja vulnerabilidade se acentua hoje em dia devido às especulações
e às turbulências financeiras, com os seus efeitos perversos sobre os preços da alimentação
e da energia. Faço votos de que generosidade e abertura de vistas ajudem a tomar
decisões visando relançar um équo processo de desenvolvimento integral, que salvaguarde
a dignidade humana”.
Presente neste domingo, no pátio interior do Palácio
de Castelgandolfo, um grupo de crianças chinesas, que entoaram um canto em honra do
Papa, oportunidade para Bento XVI dirigir uma saudação às crianças da China e não
só:
“Amor, concórdia, harmonia e solidariedade são os valores que quereis
promover na China e nos outros países do mundo. As crianças representam o futuro da
família humana e são, portanto, chamados a título pleno a construir um mundo mais
belo e mais humano. A vossa presença permite-se enviar votos de paz e de alegria a
todos os outros meninos da China e do mundo”.