2008-07-02 12:52:58

Portugal formaliza perdão da divida de Moçambique avaliada em 249 milhões de euros. Ministro português das Finanças deslocou-se a Maputo


(2/7/2008) Portugal formalizou o cancelamento da dívida de Moçambique, avaliada em 249,3 milhões de euros (393,4 milhões de dólares), um gesto que se enquadra no "impulso e fortalecimento" da relação entre os dois países.
"Liberto do peso da sua dívida, Moçambique pode encontrar outras condições e outras perspectivas de financiamento da sua actividade (…) o que representa criar novas oportunidades para promover o seu futuro e o seu desenvolvimento", afirmou, ontem em Maputo, o ministro das Finanças português, Fernando Teixeira dos Santos.
Lembrando que a concretização do perdão de dívida acontece poucos meses depois de os dois países terem voltado "uma página importante" na história das suas relações bilaterais, o ministro das Finanças considerou que Portugal e Moçambique podem agora "marcar novos objectivos e novas áreas" para estreitar as suas relações.
Teixeira dos Santos lembrou, ainda assim, que o "reescalonamento e perdão da dívida" de Moçambique "não é uma iniciativa bilateral de Portugal", mas sim "uma iniciativa da comunidade internacional" a que o país se associa.
"Portugal associa-se com todo o gosto a esta iniciativa da comunidade internacional, dos países mais desenvolvidos, no âmbito do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) para aliviar os países pobres altamente endividados", disse.
Quanto à oportunidade para a formalização do perdão de dívida, o titular da pasta das Finanças lembrou que Portugal "atravessou nos últimos anos algumas dificuldades financeiras" e que só depois de acomodar o défice das contas públicas aos limites impostos por Bruxelas foi possível tomar uma medida que "pesa nas contas públicas portuguesas".
Considerando que o actual Governo português "tem apostado decisivamente na relação com Moçambique", o ministro das Finanças manifestou o desejo de que o "reforço da cooperação institucional entre dois governos" se traduza em iniciativas por parte do sector privado.
Para além do acordo de "cancelamento em 100 por cento da dívida", foi ainda formalizada a concessão a Moçambique de uma linha de crédito de 100 milhões de euros, além de um acordo de cooperação e assistência técnica entre os dois ministérios.
Para o ministro das Finanças moçambicano, Manuel Chang, a disponibilização da linha de crédito traduz "a vontade de Portugal em ver materializados os projectos de investimento público [em Moçambique], em prol do desenvolvimento de infra-estruturas socioeconómicas".
“A linha de crédito surge num momento oportuno, uma vez que o Governo pretende implementar projectos de construção de silos para o armazenamento e conservação de alimentos de forma a garantir a segurança alimentar", acrescentou Manuel Chang.
Sem concretizar os projectos a financiar, o ministro das Finanças de Moçambique apontou apenas que as áreas prioritárias serão a agricultura, energia, obras públicas e indústria e comércio.
Manuel Chang calculou a dívida remanescente de Moçambique em três mil milhões de dólares (cerca de 1,9 mil milhões de euros).
O nosso correspondente em Portugal Domingos Pinto RealAudioMP3







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