UM ANO DA CARTA DE BENTO XVI AOS CATÓLICOS CHINESES
Roma, 1º jul (RV) - Passou-se um ano da Carta do Papa aos Católicos
chineses publicada no dia 30 de junho de 2007. Segundo a agência Fides, da Congregação
para a Evangelização dos Povos uma primeira mensagem parece que foi percebida por
todos, que as coisas mudaram radicalmente, seja dentro da comunidade católica, seja
em relação ao Governo de Pequim, como também no confronto da sociedade civil chinesa
e internacional. Após a clara afirmação do Papa que a Igreja na China é una, e que
as divergências no seu interior eram, e são, fruto de pressões externas, os católicos
chineses estão se redescobrindo irmãos.
A Igreja na China é uma, porque quase
todos os Bispos estão em comunhão com o Papa. Uma só Igreja portanto, apesar da sua
estrutura ser ainda, como se diz, anômala. Não estamos ainda na presença de uma unidade
perfeita e realizada, mas a direção indicada por Bento XVI é clara. Ainda que uma
unificação não se faça de um dia para o outro. Seria muito longo elencar os passos
avante em vários níveis – precisa a agência Fides – que asseguram como está crescendo
o movimento em direção à reconciliação e à unidade.
A carta do Papa teve evidentemente
os seus efeitos nas relações entre os fiéis da comunidade reconhecida pelo governo
e aqueles da comunidade não reconhecida, também nas regiões onde as divergências eram
muito grandes. Entre esses eventos citamos os augúrios e os presentes de Natal que
intercambiaram os fiéis da comunidade reconhecida com aqueles da não reconhecida;
o aumento, muitas vezes significativo, do número de fiéis pertencentes a uma comunidade
nas celebrações eucarísticas do outro grupo; ainda o retiros espirituais feitos juntos;
cursos de catequese para os neófitos não reconhecidos; em várias partes do país foram
realizados encontros conjuntos de estudo e de aprofundamento, exercícios espirituais
sobre a Carta do Papa, para colher – num clima de oração – o exato significado. Fiéis
não reconhecidos confessaram-se e participaram na Santa Missa presidida por sacerdotes
reconhecidos pelo governo.
Também os dois grande eventos, o terremoto e o Dia
de Oração pela Igreja na China dia 24 de maio, com todas as dificuldades criadas pelas
autoridades, uniram os cristãos em muitas formas, seja de oração seja de iniciativas
pastorais. Em Roma, pela primeira vez, mais de 500 fiéis chineses, do Continente,
de Taiwan e de Hong Kong, provenientes dos dois grupos, participaram da solene Concelebração
Eucarística presidida pelo cardeal Ivan Dias, Prefeito da Congregação para a Evangelização
dos Povos.
Sobre a Carta publicada um ano atrás pelo Papa eis o comentário
de Padre Ângelo Lazzaroto do Pime, por muitos anos missionário na China:
“Dentro
da China, esta carta, durante todo o ano passado teve uma difusão que chegou a todas
as comunidades, apesar das autoridades terem procurado contrastar a sua difusão. Realizaram-se
iniciativas em várias igrejas, como aquela muito conhecida, na Igreja de Xangai que
– celebrando o quarto centenário da fundação da igreja local – tomou como base a carta
do Papa para dar início a um ano de evangelização. Diria que também a igreja presente
em todo o mundo está tomando consciência. Bento XVI recordou a todos a importância
de apoiar o compromisso daqueles que na China, numa situação tão difícil, continuam
a crer, a esperar e a amar. (SP)