2008-07-01 13:35:12

IGREJA NA COSTA RICA PEDE QUE GOVERNO ENFRENTE CRISE ALIMENTAR


San José, 1º jul (RV) - Por ocasião do "Dia nacional para a alimentação e o direito à produção de alimentos", a Conferência Episcopal da Costa Rica, associações de agricultores e outros organismos sociais fizeram um apelo ao governo para que adote medidas adequadas para enfrentar a crise alimentar.

Na carta, afirma-se que "o enorme aumento dos preços prejudica as pessoas mais pobres, que já destinam quase a totalidade da sua renda à aquisição de alimentos e que não podem, portanto, enfrentar mais um aumento". Além disso, reconhece-se que a agricultura, para os pequenos e médios produtores, “é o que garante emprego, renda, solidariedade e salvaguarda dos valores da democracia social” costarriquenha.

No entanto, nos últimos anos, a difusão de uma economia de livre mercado e a eliminação do caráter solidário do Estado teve como conseqüência o desmantelamento das instituições do setor agrícola, a deterioração da economia agrária, a degradação da família e de sua base religiosa, além de favorecer a urbanização, concentrando a riqueza e aumentando a desigualdade social.

Para os bispos, esta política produtiva promovida pelo governo levou "grande parte da população a correr o risco de ficar sem alimentos por duas razões: primeiro porque não há condições para produzi-los e, segundo, porque não há dinheiro para adquiri-los". Tudo isso provoca "uma crise econômica que produz uma grande insegurança alimentar, crise muitas vezes anunciada pelas organizações agrícolas, às quais os governos nunca deram a importância devida".

Há algum tempo, recorda o comunicado, diversos organismos internacionais vêm refletindo sobre as causas desta crise e estão pedindo aos países que adotem as medidas necessárias. Contudo, o governo da Costa Rica minimizou a gravidade da situação e não adotou medidas sérias e integrais para enfrentar esta crise, deixando a população desprotegida.

Por fim, bispos e agricultores pedem ao governo "um espaço de diálogo que permita elaborar uma estratégia a curto, médio e longo prazos, que resulte num programa integral de políticas públicas que garantam à população segurança alimentar, acesso aos campos, financiamento para a produção, preços acessíveis e ganhos suficientes para adquirir os alimentos". (BF)







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