IGREJA NA COSTA RICA PEDE QUE GOVERNO ENFRENTE CRISE ALIMENTAR
San José, 1º jul (RV) - Por ocasião do "Dia nacional para a alimentação e o
direito à produção de alimentos", a Conferência Episcopal da Costa Rica, associações
de agricultores e outros organismos sociais fizeram um apelo ao governo para que adote
medidas adequadas para enfrentar a crise alimentar.
Na carta, afirma-se que
"o enorme aumento dos preços prejudica as pessoas mais pobres, que já destinam quase
a totalidade da sua renda à aquisição de alimentos e que não podem, portanto, enfrentar
mais um aumento". Além disso, reconhece-se que a agricultura, para os pequenos e médios
produtores, “é o que garante emprego, renda, solidariedade e salvaguarda dos valores
da democracia social” costarriquenha.
No entanto, nos últimos anos, a difusão
de uma economia de livre mercado e a eliminação do caráter solidário do Estado teve
como conseqüência o desmantelamento das instituições do setor agrícola, a deterioração
da economia agrária, a degradação da família e de sua base religiosa, além de favorecer
a urbanização, concentrando a riqueza e aumentando a desigualdade social.
Para
os bispos, esta política produtiva promovida pelo governo levou "grande parte da população
a correr o risco de ficar sem alimentos por duas razões: primeiro porque não há condições
para produzi-los e, segundo, porque não há dinheiro para adquiri-los". Tudo isso provoca
"uma crise econômica que produz uma grande insegurança alimentar, crise muitas vezes
anunciada pelas organizações agrícolas, às quais os governos nunca deram a importância
devida".
Há algum tempo, recorda o comunicado, diversos organismos internacionais
vêm refletindo sobre as causas desta crise e estão pedindo aos países que adotem as
medidas necessárias. Contudo, o governo da Costa Rica minimizou a gravidade da situação
e não adotou medidas sérias e integrais para enfrentar esta crise, deixando a população
desprotegida.
Por fim, bispos e agricultores pedem ao governo "um espaço de
diálogo que permita elaborar uma estratégia a curto, médio e longo prazos, que resulte
num programa integral de políticas públicas que garantam à população segurança alimentar,
acesso aos campos, financiamento para a produção, preços acessíveis e ganhos suficientes
para adquirir os alimentos". (BF)