DOM TWAL CELEBRA NA BASÍLICA DA NATIVIDADE COMO NOVO PATRIARCA LATINO DE JERUSALÉM

Jerusalém, 26 jun (RV) - Para o novo patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, estes últimos dias têm sido de grande intensidade. Após as celebrações em Jerusalém, na tarde de ontem, quarta-feira, o prelado entrou solenemente também na Basílica da Natividade, em Belém, onde se realizou a cerimônia que o oficializou também naquele lugar santo em sua nova veste pastoral.

Segundo um antigo cerimonial que se repete todo 24 de dezembro, Dom Twal, escoltado pela polícia israelense, entrou em procissão ontem à tarde em Belém, passando pela porta que conduz ao Túmulo de Raquel. Trata-se de uma porta que se encontra no muro de separação e que é aberta somente em ocasiões especiais.

O patriarca deteve-se diante do Túmulo de Raquel antes de seguir para a praça da Natividade, onde, aguardado por franciscanos e clérigos, recebeu as saudações das autoridades civis e religiosas.

Em seguida, acolhido na porta da basílica bizantina pelo custódio da Terra Santa, Frei Pierbattista Pizzaballa, o novo patriarca latino de Jerusalém entrou na igreja paroquial de Santa Catarina.

”Os valores de paz, de justiça e liberdade nos abandonaram há muito tempo. E, no entanto, nós os buscamos sem trégua”, disse Dom Twal dirigindo-se às autoridades civis e aos numerosos fiéis presentes.

”Estes valores evangélicos tornaram-se tão raros _ continuou o prelado _ que nos tornamos até mesmo estrangeiros em nossa terra, reduzidos a mendigar a liberdade de caminhar por nossas ruas e a liberdade de trabalhar em nossas cidades.”

Em seguida, o novo patriarca recordou a hemorragia da emigração, o grande êxodo de jovens que “atravessam os mares, os continentes na esperança de encontrar em terra estrangeira aquilo que não encontram em sua terra: a segurança, a subsistência, uma existência social digna e um futuro para os seus filhos”.

O novo pastor dirigiu-se ao Menino de Belém que, também Ele, para fugir da iniqüidade e salvar a própria vida, foi obrigado ao exílio no Egito, mas que depois retornou para casa na Terra Santa para viver com os seus pais uma vida humilde e anônima, crescendo “em sabedoria, idade e graça”.

”Nasça mais uma vez em Belém, em nossas casas e em nossos corações _ suplicou Dom Twal _, venha percorrer as ruas de Belém e de todas as cidades da palestina. Olhe com a sua Divina Piedade as casas desertas, as terras confiscadas, as casas comerciais fechadas. Olhe com a sua Divina Misericórdia as barreiras policiais, os obstáculos e os muros que o homem ergueu contra o seu irmão.”

O patriarca concluiu implorando à Sagrada Família que proteja as famílias e os jovens para que sejam todos unidos e realizem a missão de paz, de justiça e de amor. (RL)