2008-06-24 20:53:27

NICARÁGUA: PERSEGUIÇÃO SANDINISTA CONTRA IGREJA FOI UM ERRO


Manágua, 24 jun (RV) - Os arquivos da STASI, a principal organização de segurança e espionagem da ex-Alemanha Oriental, reconheceram que a perseguição à Igreja na Nicarágua foi "um grande erro" do regime sandinista.

O diário nicaragüense "La Prensa" obteve acesso aos arquivos de Berlim e publicou, dias atrás, um amplo documentário sobre a perseguição feita pelo regime sandinista durante os anos oitenta contra a Igreja, em virtude da "sistemática aplicação dos sistemas já experimentados por Cuba e pela presença de dezenas de agentes infiltrados".

O diário reporta, especificamente, a experiência de um representante da STASI em Manágua, o qual confirmou o seguinte: "Os erros cometidos tiveram graves conseqüências. O caso mais conhecido é o de Pe. Bismarck Carballo, então diretor de Rádio Católica e um dos principais opositores do regime".

Em 11 de agosto de 1982, o sacerdote, pároco de São Miguel, foi convidado para um almoço na casa de uma paroquiana. Ao chegar, encontrou um homem armado que o ameaçou e o obrigou a despir-se.

Logo em seguida, irromperam na casa agentes da polícia sandinista que obrigaram Pe. Carballo a sair despido pela rua. À espreita, aguardava-o um grupo de defensores e de jornalistas aliados do regime pronto para fotografá-lo.

Em 2004, o líder dos sandinistas, Daniel Ortega, pediu perdão ao Pe. Carballo. Na época, os governantes da Nicarágua estavam convencidos de que a Igreja era financiada pela CIA para opor-se ao regime.

Segundo os documentos do arquivo da STASI, o objetivo era atingir diretamente os líderes da Conferência Episcopal e, em particular, os mais estreitos colaboradores do Cardeal Miguel Obando Bravo, então arcebispo de Manágua. (RL/CA)







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