III COLÓQUIO INTERNACIONAL EM LISBOA DA COMISSÃO PARA A LIBERDADE RELIGIOSA
Lisboa, 24 jun (RV) - Conclui-se hoje em Lisboa, Portugal, o III Colóquio Internacional
da Comissão para a Liberdade Religiosa, sobre o tema "A contribuição das religiões
para a paz".
Na inauguração, ontem, o cardeal-patriarca de Lisboa, Dom José
da Cruz Policarpo, salientou a importância das religiões para a construção da paz:
"As religiões não são mais um capítulo para a construção da paz, mas interferem em
todos os outros".
O Cardeal Policarpo fez ainda referência ao "longo caminho"
que é preciso percorrer nas relações entre as religiões, defendendo a necessidade
de acentuar "o conhecimento mútuo e o respeito pelos limites. Há um universo ético
comum a todas as grandes religiões que pode ser decisivo para o caminho da paz".
Por
sua vez, o presidente da Comissão para a Liberdade Religiosa e ex-presidente da República,
Mário Soares, aludiu igualmente à importância do diálogo inter-religioso, dizendo
acreditar nas virtudes do diálogo inter-religioso e entre cristãos e não-cristãos.
Por outro lado, o primeiro-ministro português, José Sócrates, considerou que
a liberdade religiosa "não é um tema fácil nem está resolvido": é uma questão que
"exige empenho permanente da comunidade política".
"A diversidade e a tolerância
são valores democráticos que contribuem para a afirmação da liberdade religiosa",
declarou Sócrates, descrevendo a liberdade religiosa como "o respeito pela diferença"
e a "igualdade de dignidade a todas as crenças".
O primeiro-ministro falou
ainda do laicismo do Estado, ou seja, "o Estado neutro perante todas as religiões".
Contudo, acrescentou, "neutralidade não significa o não reconhecimento do valor ético
de todas as religiões". (MT/BF)