2008-06-21 19:33:40

AS CONCLUSÕES DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE "POLÍTICA, FORMA EXIGENTE DE CARIDADE"


Cidade do Vaticano, 21 jun (RV) - As Igrejas façam mais para formar ao compromisso social e político: foi o que pediu o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Renato Raffaele Martino, apresentando as conclusões do Seminário Internacional, promovido pelo seu Organismo, sobre o tema: "A política, forma exigente de caridade", que se realizou ontem e hoje em Roma.

O Cardeal Martino esclarece que "a Igreja não faz política, não forma à política, mas deve formar e educar ao compromisso social e político". Ressalta que "a política continua sendo um espaço essencial e um instrumento fundamental para a construção de uma sociedade digna do homem". Mas não pode ser endeusada nem demonizada: "não resolve todos os problemas do homem nem pode ser desprezada ou identificada como o campo no qual florescem cinismo, corrupção e poder demoníaco".

O Cardeal Martino indica na Doutrina Social da Igreja o instrumento estratégico fundamental no compromisso político dos cristãos e no modo cristão de abordar a política, de aproximar-se dela. Esta doutrina "liga a política à caridade", numa rede de conexões – teológicas, espirituais, éticas e culturais – que dá impulso e esperança à política.

"Difundir a doutrina social é uma das grandes prioridades pastorais das nossas Igrejas chamadas a evangelizar também a política, chamadas a iluminar com a luz do Evangelho tudo o que, de uma maneira ou de outra, tem a que ver com a política", disse o Cardeal Martino, que destacou os valores essenciais desta doutrina: uma política que coloca a pessoa humana sempre no centro; a política como serviço ao bem comum; uma política inspirada por um humanismo integral e solidário; uma política que valoriza a família; que é enriquecida pelos valores da verdade, da justiça, da liberdade e da caridade; uma política capaz de regulamentar com justiça as relações econômicas, com uma opção preferencial pelos pobres; uma política capaz de humanizar a técnica; uma política que pára quando encontra valores que não dependem dela e dos quais não pode dispor; uma política que não exila o transcendente, porque sabe que uma sociedade sem Deus corre o perigo de se tornar uma sociedade contra o homem; uma política de paz e para a paz.

O Cardeal Martino destacou que "a Igreja se interessa pela política não para reafirmar os seus interesses, mas porque quer torná-la rica de valores para o bem do homem. E o cristão engajado na política pode encontrar nela também a estrada da sua santidade".

A propósito, o Cardeal Martino propôs, como conclusão do Seminário, as bem-aventuranças do político, indicadas pelo seu predecessor à frente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, o Cardeal Van Thuan:

"Bem-aventurado o político que tem consciência do seu papel; Bem-aventurado o político cuja honra é respeitada; Bem-aventurado o político que trabalha pelo bem comum e não pelo seu próprio bem; Bem-aventurado o político que se julga fielmente coerente e respeita as promessas eleitorais; Bem-aventurado o político que realiza a unidade e, fazendo de Jesus o fulcro, a defende; Bem-aventurado o político que sabe ouvir o povo, antes, durante e depois das eleições; Bem-aventurado o político que não tem medo, em primeiro lugar, da verdade; Bem-aventurado o político que não tem medo da mídia, porque na hora do juízo, deverá responder somente a Deus". (PL)







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