2008-06-20 20:53:19

DOM MARCHETTO DIZ QUE LEIS INTERNACIONAIS DEFENDEM SEMPRE MENOS OS DIREITOS DOS REFUGIADOS


Cidade do Vaticano, 20 jun (RV) - Celebra-se hoje o Dia Mundial dos Refugiados, promovido pela ONU, que este ano ressalta a necessidade fundamental de dar proteção aos refugiados e deslocados.

O último Relatório do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) refere que os deslocados e refugiados no mundo no fim de 2007 superaram a cifra de 37 milhões. Trata-se de um dado que de certo modo surpreende, porque se dá após cinco anos consecutivos de queda no número de refugiados. Como se justifica esse aumento? Quem responde é a porta-voz na Itália do ACNUR, Laura Boldrini:

Laura Boldrini:- "Houve um aumento de cerca de dois milhões e meio de pessoas. Muito se deve, infelizmente, ao caos iraquiano, que continua provocando a fuga de pessoas. Devo recordar que o que está acontecendo no Iraque é alarmante: estamos diante do maior deslocamento de população no Oriente Médio desde 1948, quando foi criado o Estado de Israel. Estamos falando de cerca de quatro milhões e meio de pessoas fora de suas habitações, das quais cerca da metade dentro do próprio país e outra metade nos países confinantes. A Síria e a Jordânia, notoriamente, são países que não têm grandes recursos, portanto, têm que administrar essa fuga, que se torna um fardo pesado, uma sobrecarga difícil. Por isso, a comunidade internacional deveria assumir também a tarefa de ajudar economicamente esses países que têm estruturas que são colocadas à dura prova especialmente na área da educação, da saúde. Ao invés, parece não se dar tanta atenção para essa questão."

Sobre o Dia Mundial dos Refugiados, eis a reflexão do secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto:

Dom Agostino Marchetto:- "A primeira expressão de solidariedade para com os refugiados é a proteção. Que este seja o tema de reflexão confiado este ano à nossa consideração por parte das Nações Unidas é significativo, porque chama a nossa atenção para a necessidade fundamental de quem é perseguido. Pedi recentemente aos representantes da Europa um suplemento de alma à legislação internacional, hoje colocada em crise por algumas interpretações, para evitar que a mesma caia em níveis de proteção não mais compatíveis com o seu humanismo, com o seu ser porta-bandeira no mundo de um humanismo que para nós é evangélico. Proteger é um ato que se deve a quem é perseguido e tem o direito de ser protegido. Assumamos isso também hoje, mesmo numa época não fácil de fluxos migratórios mistos." (RL/BF)







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