ARCEBISPO AMATO AFIRMA QUE O RÁDIO É O "PÚLPITO MODERNO"
Cidade do Vaticano, 20 jun (RV) - O primeiro congresso mundial de rádios católicas
que teve início ontem na Universidade Urbaniana, nas proximidades do Vaticano contou
com a participação do arcebispo Angelo Amato, secretário da Congregação para a Doutrina
da Fé, o qual se referiu ao rádio como “púlpito moderno” e apresentou o microfone
como o “ambão” do século XXI. Dom Amato, salesiano, reconhece que apesar do grande
uso da televisão, “a rádio conserva ainda toda sua força e sua utilidade”.
Para
o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, “Jesus se apresenta como um grande
mestre de comunicação da palavra”, quando outros fundadores de religiões dedicaram
toda a vida para ensinar seus seguidores, Jesus precisou apenas de três anos: “A Jesus
foram suficientes três anos para educar os discípulos não só para escutar suas palavras,
mas sobretudo para viver com Ele e para Ele”.
A rádio é um “moderno púlpito
da Palavra de Deus”, segundo o arcebispo italiano. Escutar a Palavra de Deus, não
só na assembléia litúrgica e na catequese, mas também na cotidianidade da vida através
do rádio é uma “forma de comunicação privilegiada da Palavra”.
“A vantagem
do rádio vem do espaço de liberdade que deixa a quem escuta, que vem capturado não
tanto pela obrigação da escuta como pela fascinação da palavra”, explicou no congresso
organizado pelo Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais. A comunicação teria
que ser “clara, feita com profissionalismo e com o testemunho de uma existência coerente
com a mensagem evangélica”.
Para Dom Amato, de certa forma, a palavra que se
escuta faz “ver” a realidade, no sentido que “a evoca, interpelando a inteligência,
suscitando emoções, provocando ou também confirmando a fé na palavra de Deus”.
“O
microfone de uma rádio católica pode ser considerado como a versão moderna do ambão”,
um ambão que não está no centro de uma grande basílica, mas no centro de uma comunidade
humana à qual chega. “Trata-se de uma autêntica e própria espiritualidade da escuta”
à qual deveria corresponder uma “espiritualidade da comunicação”, alenta o secretário
da Congregação para a Doutrina da Fé. (SP)