CARDEAL MARTINO PRESIDE VIGÍLIA EM MEMÓRIA DOS IMIGRADOS VÍTIMAS DAS VIAGENS DA MORTE RUMO À EUROPA

Roma, 19 jun (RV) - Realiza-se esta noite, na ‘Basílica romana de Santa Maria in Trastevere’, uma oração ecumênica em memória dos imigrados vítimas das viagens da morte rumo à Europa. O rito, que se realiza com o tema “Morrer de esperança”, é presidido pelo presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Cardeal Renato Raffaele Martino.

A vigília se realiza na véspera do Dia Mundial do Refugiado, que se celebra amanhã, sexta-feira, e é promovida pelo Centro Astali _ fundado pelos jesuítas, e pela Comunidade romana de Santo Egidio, junto à Federação das Igrejas Evangélicas na Itália e à Fundação Migrantes _ da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

Sobre a finalidade dessa vigília, a Rádio Vaticano ouviu o diretor do Setor nacional para os migrantes e os refugiados da referida fundação da CEI, o padre escalabriniano Gianromano Gnesotto. Eis o que disse:

Pe. Gianromano Gnesotto:- “A finalidade dessa vigília é a de dar um nome e uma proveniência às vítimas do Mediterrâneo, porque do contrário este, que é chamado por todos de ‘cemitério’, não tem cruz e não tem nome e, portanto, desprovido da dignidade da pessoa. O sentimento que nos deve animar em relação a essas tragédias pessoais fazem de modo que possamos rezar por estas vítimas procurando dar-lhes um nome e uma identidade. Ao término da oração ecumênica faremos um apelo, um apelo escrito, de todas as Associações cristãs, no qual se diz que como cristãos nos sentimos, em primeiro lugar, dilacerados diante dessas tragédias e sensibilizados a buscar, num segundo momento, fazer a nossa parte. Também como cidadãos temos o mesmo sentimento e pedimos àqueles que têm responsabilidade, às instituições e a todos os homens de boa vontade, que tornem possíveis as políticas de solidariedade, de acolhimento e de respeito para com os que pedem asilo. Que se comprometam mais com a cooperação ao desenvolvimento e para sanar situações que depois levam de fato as pessoas a essa emigração de seus países.”

Ainda a propósito de imigração, a COMECE _ Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia _ expressou suas fortes reservas sobre a diretiva aprovada ontem, quarta-feira, pelo Parlamento Europeu, sobre a repatriação dos imigrados irregulares: uma diretiva _ diz a referida comissão episcopal _ que “não leva em consideração a situação de muitos imigrados”. Os bispos europeus pedem que “seja respeitada a dignidade de todo ser humano”. (RL)