UE á procura de estratégia para resolver a crise provocada pela vitoria do "não" no
referendo da Irlanda
(18/6/2008) Os chefes de Estado e Governo da União Europeia, reunidos amanhã e sexta-feira
em Bruxelas, vão tentar salvar o Tratado de Lisboa, delineando uma estratégia para
resolver a crise provocada pela vitória do «não» no referendo na Irlanda. O encontro
dos líderes dos 27 marca o final da presidência da Eslovénia, que a um de Julho próximo
é substituída pela França na condução do bloco europeu. A rejeição do Tratado de Lisboa
pelos irlandeses na consulta popular realizada na passada quinta-feira está a dominar
a actualidade política europeia, relegando para segundo plano outros temas que, no
entanto, também serão abordados, como as implicações dos preços elevados na alimentação
e combustíveis. Os 27 irão reiterar a necessidade de o processo de ratificação
do Tratado de Lisboa continuar nos oito Estados-membros que ainda não o fizeram e
esboçar a estratégia que irá permitir contornar a rejeição irlandesa. Fontes comunitárias
indicam que o texto do Tratado será mantido na sua integralidade, pois se assim não
fosse teria de voltar a ser ratificado por todos, e a Irlanda poderá receber garantias
em como a sua soberania nacional não será afectada em áreas como a das políticas fiscal,
de defesa e da família.
O Tratado de Lisboa foi já ratificado, por via parlamentar,
por 18 Estados-membros, e rejeitado por um, o que poderá impedir a sua entrada em
vigor a um de Janeiro de 2009. Oito Estados-membros ainda não ratificaram o texto,
que tem como objectivo resolver o problema institucional da UE, depois de o projecto
de Constituição Europeia ter sido chumbado, em referendos, pela França e Holanda,
em 2005.