APELO DO PAPA CONTRA TRÁFICO DE ARMAS AO RECEBER NOVO EMBAIXADOR DE CAMARÕES JUNTO
À SANTA SÉ
Cidade do Vaticano, 16 jun (RV) - Bento XVI iniciou as suas atividades desta
manhã recebendo em audiência, no Vaticano, o novo embaixador da República de Camarões
junto à Santa Sé, Antoine Zanga, para a apresentação de suas credenciais.
No
discurso ao diplomata, o Santo Padre fez um apelo a todas as pessoas implicadas no
tráfico de armas. O papa falou também de extrema pobreza, dívida externa dos países
pobres, refugiados, AIDS e papel da Igreja no campo da educação e da saúde.
O
papa convidou todas as pessoas envolvidas no tráfico de armas, que produz "rendimentos
comumente lucrativos", a se interrogarem sobre as conseqüências de seus comportamentos.
Trata-se de uma violência difusa que atinge a região circunstante à República de Camarões
e que provoca um número elevado de refugiados e, sobretudo, de vítimas inocentes entre
a população.
Entre as vítimas, Bento XVI recordou Dom Yves Plumey (que foi
arcebispo de Garoua, assassinado em 1991), o padre jesuíta Engelbert Mveng, e mais
recentemente o frei alemão Anton Probst.
O pontífice convidou os responsáveis
políticos a um dever fundamental: oferecer aos cidadãos uma situação social pacificada
e fez votos de que a comunidade internacional possa intervir junto às autoridades
locais.
No que diz respeito ao drama da indigência que atinge o país africano,
o auspício do papa às organizações internacionais é que alcancem o objetivo de um
alívio ou de uma anulação da dívida externa dos países pobres, para "interromper o
círculo vicioso do subdesenvolvimento e da extrema pobreza".
O papa recordou
que a população, além de sofrer pela conjuntura econômica, sofre pelos fenômenos como
desastres naturais, mudanças climáticas, guerras e terrorismo. Bento XVI pediu também
uma "divisão mais justa das riquezas", indicou nas microempresas de homens e mulheres
caminhos a serem favorecidos e convidou ao combate aos tráficos ilícitos e à corrupção.
Foi
depois ressaltado o apreço manifestado por autoridades de Camarões, bem como pela
população, pela obra da Igreja Católica, em particular no campo da educação e da saúde.
O papa falou da perspectiva eventual de um acordo entre Santa Sé e Camarões, que poderia
favorecer o incremento da atividade da Igreja em tais âmbitos com ajudas governamentais.
(RL/BF)