2008-06-15 19:33:55

PAPA CONCLUI VISITA A BRINDISI: NESTA MANHÃ A SANTA MISSA NO PORTO DA CIDADE


Brindisi, 15 jun (RV) - O Papa Bento XVI concluiu no fim da tarde de hoje a sua Visita Pastoral a Santa Maria di Leuca e Brindisi, no sul da Itália; viagem que teve início na tarde de ontem, sábado.

Na manhã deste domingo o Santo Padre, antes de celebrar a Santa Missa encontrou-se com as monjas de clausura Beneditinas e Carmelitas da diocese, na Capela do Episcopado de Brindisi. Em seguida o Papa se dirigiu ao Porto de Brindisi, que se transformou, por um dia, numa espécie de Praça São Pedro.

Os habitantes da cidade de Brindisi “sejam sinal e instrumento da compaixão, da misericórdia de Cristo”. Esta é a mensagem lançada por Bento XVI do porto da cidade pugliese, teatro nesta manhã da segunda celebração eucarística presidida pelo Papa na sua décima viagem pastoral em território italiano. O Santo Padre que concluiu a sua visita no final da tarde encontrando o clero local antes de retornar a Roma, recitou ainda ao meio-dia o Ângelus confiando a Nossa Senhora a realidade de Brindisi, da Itália e do mundo inteiro.

Nada de pietismo, mas solidariedade. Nada de assistencialismo, mas partilha. É esta a compaixão segundo o estilo cristão, que abre a uma real esperança para o futuro porque baseada em Deus. E esta compaixão Bento XVI pediu que seja o sinal distintivo da Igreja e da sociedade de Brindisi e da Puglia. Um milênio após a última presença de um Pontífice nesta região italiana, as palavras de um Papa transformaram, por um dia, o lugar de passagem, tráficos e fadiga em um espaço interior. O porto de Brindisi acolheu nesta manhã mais de 70 mil fiéis que ouviram o Papa, atentos ao convite de sentirem-se missionários na própria terra como os Apóstolos: homens que Jesus chamou, disse o Papa, não “porque eram já santos”, mas para que “se tornassem santos”.

Vestindo os paramentos sacros confeccionados para a ocasião em “sciamito” - um tecido “brindisino” medieval - Bento XVI presidiu a Missa no grande altar montado no porto de Santo Apolinário. Sublinhando o caráter de porta para o Oriente, o Papa desatacou a presença do metropolita ortodoxo da Itália, Gennadios, a quem o saudou recordando “a vocação ecumênica” da Igreja de Brindisi. Uma Igreja que Bento XVI disse querer confirmar no seu caminho de fé, insistindo sobre um comportamento bem preciso, o da compaixão:

“A compaixão cristã não tem nada a ver com o pietismo, com o assistencialismo. Sobretudo, é sinônimo de solidariedade e partilha, e é animada pela esperança. Não nasce, por acaso, da esperança a palavra que Jesus diz aos apóstolos: “Ao longo do caminho, preguem que o reino dos céus está próximo” (Mt 10, 7)? Esta, é esperança que se funda na vinda de Cristo, e que em última análise coincide com a sua Pessoa e com seu mistério de salvação, como bem recordava no tema o IV Congresso eclesial italiano, celebrado em Verona: Cristo ressuscitado é a “esperança do mundo”.

A compaixão cristã observou Bento XVI, acolhe e não se impõe, porque assim se comportou Jesus com o seu estilo “inconfundível”, o estilo do Evangelho feito de gestos “humildes e discretos” que porém, sublinhou o Papa, “contêm uma enorme potencialidade de renovação. E a Igreja, prosseguiu o Papa, é chamada a ser, com o mesmo estilo, santa e missionária, seguindo também a reflexão iniciada pelo Sínodo que está sendo realizado pela Diocese de Brindisi-Ostuni:

“A esse respeito, é oportuno refletir que os doze Apóstolos não eram homens perfeitos, escolhidos pela sua irrepreensibilidade moral e religiosa. Eram seguramente fiéis, cheios de entusiasmo e de zelo, mas marcados por seus limites humanos, por vezes até graves. Portanto, Jesus não os chamou porque já eram santos, mas afim de que se tornassem santos. Como nós. Como todos os cristãos”.

“A Igreja – repetiu o Papa – é a comunidade dos pecadores que crêem no amor de Deus e que se deixam transformar por Ele, e assim se tornam santos”:

“Animados pela esperança na qual foram chamados, também vocês, irmãos e irmãs desta antiga Igreja de Brindisi, são sinais e instrumentos da compaixão, da misericórdia de Cristo. O Espírito que agia em Cristo e nos Doze, é o mesmo que opera em vocês que lhes permite realizar entre o seu povo, neste território, os sinais do Reino de amor, de justiça e de paz que vem, aliás, que já está no mundo”.

 
Na conclusão da Santa Missa o Papa recitou a oração mariana do Ângelus. Muitos os aplausos que interromperam as palavras de Bento XVI, que agradeceu os fiéis e todos aqueles que trabalharam para a realização do encontro. Se na homilia o Santo Padre havia indicado na compaixão e na acolhida o modo de ser do cristão, no Ângelus – dando às suas palavras um horizonte mundial, recordando o seu discurso no mês de abril na ONU – ele estigmatizou o “indiferentismo” que muitas vezes impede aos Estados de prevenir os conflitos ou de explorar os caminhos da diplomacia mais idôneos para recompô-los. O Papa concluiu o Ângelus invocando Maria como “porto de salvação para cada homem e para toda a humanidade”:

“A sua materna proteção defenda sempre a cidade de vocês e a Região, a Itália, a Europa e o mundo inteiro das tempestades que ameaçam a fé e os verdadeiros valores; permita às jovens gerações de tomar o largo sem medo para enfrentar com cristã esperança a viagem da vida. Maria, Porto de salvação, rogai por nós!”. (SP)








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