2008-06-14 20:43:54

INICIA-SE, COM MISSA EM SANTUÁRIO MARIANO, VISITA DO PAPA AO EXTREMO SUL DA ITÁLIA


Cidade do Vaticano, 14 jun (RV) - Bento XVI encontra-se desde as 16h30 locais no extremo sul da Itália, em visita pastoral de dois dias, hoje e amanhã, a Santa Maria di Leuca _ primeira etapa da visita _ e Brindisi, ambas as cidades situadas na região da Puglia.

O Santo Padre deixou o Estado da Cidade do Vaticano de automóvel, às 15h locais, transferindo-se para o aeroporto romano de Ciampino, de onde partiu meia hora depois com destino a Santa Maria de Leuca, chegando às 16h30 ao aeroporto militar “Fortunato Cesari” de Galatina.

Dali o pontífice seguiu de helicóptero até Punta Rístola de Santa Maria di Leuca, onde foi recebido, entre outros, pelo Bispo de Ugento-Santa Maria di Leuca, Dom Vito De Grisantis; o núncio apostólico na Itália, Dom Giuseppe Bertello; pelo representante do governo italiano, Raffaele Fitto; pelo embaixador da Itália junto à Santa Sé, Antonio Zanardi Landi, o governador da região da Puglia, Nichi Vendola.

Após a saudação, as autoridades civis se transferiram de automóvel para o Santuário de Santa Maria de finibus terrae _ Santa Maria di Leuca, precedendo o cortejo papal.

Esta é a décima viagem pastoral de Bento XVI na Itália. A visita do papa a Santa Maria di Leuca é uma peregrinação substancialmente mariana. De fato, o pontífice chegou à cidade da Puglia como peregrino mariano.

Recebido com grande entusiasmo, 45 mil fiéis e peregrinos o aguardavam dentro e fora do antiqüíssimo santuário mariano, onde Bento XVI presidiu, no patamar do santuário, a santa missa.

Na saudação ao Santo Padre, no início da celebração, o Bispo de Ugento-Santa Maria de Leuca, Dom Vito, falou da grande comoção e imensa alegria com a qual a Igreja local e todo o sul Salerno recebia o Sucessor de Pedro.

Dom Vito recordou a tradição do povo local passada de geração em geração _ embora não-documentada _ segundo a qual aquela terra teria sido evangelizada pelo Apóstolo Pedro proveniente do Oriente. O prelado ressaltou que, independentemente do fundamento histórico, ela se reveste de um grande significado pelo fato de o povo dali considerar a própria fé oriunda da pregação de Pedro.

Por sua vez, o Santo Padre, em sua homilia, disse que a sua visita à Puglia _ a segunda após o Congresso Eucarístico de Bari _ se iniciava como peregrinação mariana, naquele extremo rincão da Itália e da Europa, no Santuário de Santa Maria de finibus terrae. Bento XVI agradeceu, de modo particular, a Dom Vito pelo convite e pelo cordial acolhimento.

Neste lugar historicamente tão importante para o culto da bem-aventurada Virgem Maria _ disse o papa _ eu quis que a liturgia fosse dedicada a ela, Estrela do mar e Estrela da esperança.

No mar da vida e da história, continuou, Maria resplendece como Estrela de esperança. Não brilha com luz própria, mas reflete a luz de Cristo. Sol que apareceu no horizonte da humanidade, de modo que seguindo a Estrela de Maria podemos orientar-nos na viagem e manter a rota rumo a Cristo, especialmente nos momentos obscuros e tempestuosos.

O apóstolo Pedro conheceu muito bem essa experiência, por tê-la vivido em primeira pessoa. Uma noite, enquanto estava com os outros discípulos atravessando o lago da Galiléia, foi surpreso pela tempestade. A barca deles, à mercê das ondas, não conseguia seguir adiante. Jesus os alcançou naquele momento caminhando sobre as águas, e convidou Pedro a descer da barca e a aproximar-se.

O papa continuou recordando esse conhecido episódio do Evangelho. Em seguida, o Santo Padre disse querer evocar a história de São Pedro por saber que aquele lugar e toda a Igreja local são particularmente ligados ao Príncipe dos Apóstolos.

De fato, a tradição local faz remontar a São Pedro _ como dissera o bispo local na saudação ao papa _o primeiro anúncio do Evangelho naquela terra. O Pescador, “pescado” por Jesus, lançou as redes até aqui _ disse Bento XVI _ e nós hoje rendemos graças por termos sido objeto dessa “pesca milagrosa”, que dura há dois mil anos, uma pesca que, como escreve o próprio São Pedro, “nos chamou das trevas à Sua luz admirável” (1 Pd 2, 9).

Para tornar-se pescador com Cristo _ frisou o pontífice _ é preciso primeiro ter sido “pescado” por Ele. São Pedro é testemunha dessa realidade, como o é São Paulo, grande convertido, de quem daqui a poucos dias inauguraremos o bimilenário de nascimento.

Como Sucessor de Pedro e bispo da Igreja fundada no sangue destes dois iminentes Apóstolos _ ressaltou Bento XVI _ vim confirmá-los na fé em Jesus Cristo, único salvador do homem e do mundo.

De finibus terrae”: o nome desse lugar santo é muito bonito e sugestivo _ observou o papa _ porque recorda uma das últimas palavras de Jesus a seus discípulos. Voltado para a Europa e o Mediterrâneo, entre o Ocidente e o Oriente, ele nos recorda que a Igreja não tem confins, é universal. E os confins geográficos, culturais, étnicos, até mesmo os confins religiosos são para a Igreja um convite à evangelização na perspectiva da “comunhão das diversidades”.

A Igreja nasceu em Pentecostes, nasceu universal e a sua vocação é falar todas as línguas do mundo. A Igreja existe _ segundo a originária vocação e missão revelada a Abraão _ para ser uma bênção em benefício de todos os povos da terra (cfr Gn 12, 1-3); para ser, com a linguagem do Concílio Ecumênico Vaticano II, sinal e instrumento de unidade para todo o gênero humano (Cfr Cost. Lumen gentium, 1).

A Igreja que está na Puglia tem uma grande vocação a ser ponte entre povos e culturas _ frisou o pontífice. De fato, esta terra e este Santuário são um “posto avançado” nessa direção _ constatou ele.
Bento XVI concluiu a homilia de celebração dirigindo seu pensamento à Virgem Maria, confiando a ela os povos que se encontram no Mediterrâneo e os povos do mundo inteiro invocando, para todos, desenvolvimento e paz. (RL)







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