(14/6/2008) Numa antecipação do Dia Mundial do Dador de Sangue, que hoje se assinala,
a Organização Mundial de Saúde destacou em comunicado, os “importantes passos” dados
pela China e pelos Emirados Árabes Unidos para travar o risco de contaminação de sangue
não seguro, enaltecendo o facto de os dois países terem registado quase 100 por cento
do sangue proveniente de doações voluntárias, casos que considera constituírem “um
exemplo a seguir” pelos outros países. Comparando com o cenário existente em 1998,
altura em que os sistemas de doações pagas ou no seio da família representavam aproximadamente
80 por cento do total das reservas existentes, a China conseguiu 98,5 por cento de
doações voluntárias em apenas 10 anos. Os mesmos dados da OMS revelam que os Emirados
Árabes Unidos passaram de zero por cento de doações voluntárias para 80 por cento
em 2004 e 97,6 por cento em 2006, num momento em que só 54 países alcançaram o pleno
das doações voluntárias de sangue, incluindo mais recentemente a Tailândia, a Turquia
e o Uganda. A Organização Mundial de Saúde adianta ainda que os últimos estudos
realizados revelam que alguns governos percebem a importância crucial da tarefa de
mobilizar as populações para a doação de sangue sem pagamentos, mas que a China e
os Emirados Árabes Unidos mostraram que é possível alterar comportamentos num curto
espaço de tempo. Num depoimento o secretário-geral do Conselho da Europa, Terry
Davis, reconheceu que a ciência médica tem feito um grande progresso na prevenção
e no tratamento de diversos problemas de saúde, mas recordou que a vida ou a morte
continuam a depender da disponibilidade de sangue. O secretário-geral lembra que,
desde 1953, quando a maior catástrofe natural da Holanda revelou a necessidade de
cooperação europeia nesta área, o Conselho da Europa trabalha para assegurar a qualidade
e a disponibilidade do sangue, e para garantir também o seu melhor uso. Explicou que
o trabalho do Conselho da Europa se baseia em três princípios fundamentais: auto-suficiência,
protecção dos dadores de sangue e não remuneração das doações”.