Alerta da UNICEF para o trabalho infantil que substitui a escola
(13/6/2008) A UNICEF pediu aos governos e à comunidade internacional para ajudarem
a regressar à escola os mais de 150 milhões de crianças que trabalham em vez de apreenderem. Numa mensagem no âmbito do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que
se assinalou nesta quinta feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância considera
que a educação “é a chave para libertar dezenas de milhões de crianças do trabalho
perigoso”. Segundo a UNICEF, os governos e a comunidade internacional podem ajudar
nesse regresso à escola através de uma educação gratuita para todas as crianças, criação
de programas educativos flexíveis e desenvolvimento de acções de formação amigas das
crianças facultadas por professores com formação e recursos adequados. A UNICEF estima
que existem 158 milhões de crianças menores de 15 anos vítimas de trabalho infantil
em todo o mundo e que mais de 100 milhões, quase 70 por cento da população laboral
infantil, trabalham na agricultura em áreas rurais onde o acesso à escola e ao material
educativo é muito limitado. Mesmo nas áreas urbanas, as crianças pobres e marginalizadas
não podem beneficiar de um acesso alargado à educação, lamenta a organização, sublinhando
que “o género é um factor crucial para determinar se uma criança pode agarrar a oportunidade
que a educação proporciona”. Como exemplo, refere que na América Latina 90 por cento
das crianças que realizam trabalho doméstico são raparigas e na África Subsariana,
onde uma em cada três crianças trabalha, apenas 59 por cento das raparigas frequentam
a escola primária. Segundo o Fundo das Nações Unidas, o número de crianças sem acesso
à educação desceu de 115 milhões em 2002 para 93 milhões em 2005-2006