BISPOS MEXICANOS DENUNCIAM CRISE ALIMENTAR QUE AFETA O PAÍS
Cidade do México, 12 jun (RV) - A crise alimentar que afeta o mundo repercutiu
duramente no México, que apesar de ser um país agrícola, nos últimos anos aumentou
a sua dependência do mercado estadunidense, deixando na pobreza a maioria da população.
Diante da ameaça desta crise, vários bispos do país lançaram um alerta pela
falta de solidariedade para com os pobres e a necessidade de eliminar a corrupção
a fim de que os alimentos sejam bem distribuídos no México.
“Como devemos
agir, nós católicos, que nos dizemos cristãos, diante de um problema que atinge os
nossos irmãos mais pobres, que a cada dia encontram dificuldades cada vez maiores
para levar às suas casas um pouco de alimento”, ressaltou Dom Lázaro Pérez Jiménez,
bispo de Celaya, numa nota intitulada “Dêem a eles o que comer”.
O prelado
sublinhou que “o problema da fome sempre existiu e se manifestou como flagelo que
ameaçou vários países do mundo ao longo da história”, “mas o que causa verdadeira
dor e escândalo, ressaltou o bispo, é saber que o problema real não se deve à incapacidade
de produzir alimentos suficientes, mas à falta de equidade em sua distribuição e ao
comportamento voraz daqueles que se aproveitam da situação para monopolizar e encarecer
os alimentos, essenciais para a pessoa viver”.
Já o arcebispo de Antequera-Oaxaca,
Dom Chávez Botello, destacou que “a crise alimentar exige que se volte o olhar para
as áreas rurais a fim de corrigir os erros cometidos no passado por causa da irresponsabilidade
social, corrupção, aplicação ineficaz de programas e a ambição de muitas pessoas.
O arcebispo de Acapulco, Dom Felipe Aguirre Franco, afirmou num comunicado
que, “apesar de se tratar de um fenômeno de dimensão mundial, primeiramente é preciso
identificar o que torna o México mais vulnerável nessa crise alimentar, a fim de enfrentá-la
distribuindo as responsabilidades”.
“A crise alimentar, conclui o arcebispo,
exige prudência na administração dos próprios recursos e sermos solidários para com
os mais pobres. Todos nós somos co-responsáveis de algum modo para que não falte a
ninguém o alimento para viver”, finalizou o prelado. (MJ)