2008-06-10 13:16:04

BENTO XVI INAUGURA CONGRESSO DIOCESANO DE ROMA, NA BASÍLICA DE SÃO JOÃO DE LATRÃO


Roma, 10 jun (RV) - Bento XVI inaugurou ontem à noite, na Basílica de São João de Latrão, sede da Diocese de Roma, os trabalhos do Congresso diocesano, que, este ano, tem como tema: "Jesus Ressuscitou: educar para a esperança na oração, na ação, no sofrimento".

Em seu longo e denso discurso que pronunciou à assembléia diocesana, na presença do Cardeal Camillo Ruini, vigário do papa para a diocese de Roma, Bento XVI recordou que, por três anos consecutivos, o Congresso tratou do tema da família. Agora, já há dois anos, a diocese está aprofundando o tema da educação das novas gerações.

Trata-se de um tema, disse o Santo Padre, que envolve, antes de tudo, as famílias, mas também diretamente a Igreja, a escola e toda a sociedade. E acrescentou: "Procuramos responder, assim, àquela emergência educativa, que representa, para todos, um desafio grande e iniludível. O objetivo que nos propomos este ano refere-se à educação, no prisma da esperança teologal, que se nutre da fé e da confiança em Deus, que, em Jesus, se revelou verdadeiro amigo do homem".

De fato, Jesus ressuscitado é o fundamento da nossa fé e da nossa esperança. À luz deste princípio, disse o papa, podemos compreender as verdadeiras dimensões da fé cristã, como esperança que transforma e sustenta a nossa vida. E explicou:

"Concretamente, a esperança de quem crê em Deus, que ressuscitou Jesus dos mortos, se prospecta para aquela felicidade e alegria, plena e total, que nós chamamos vida eterna."

Precisamente por isso, tal esperança investe, anima e transforma a nossa existência terrena, orienta e dá significado não efêmero às nossas pequenas esperanças, para mudar e tornar menos injusto o mundo em que vivemos. De modo análogo, frisou o papa, a esperança cristã diz respeito, de modo pessoal, a cada um de nós, à nossa salvação; mas também é esperança comunitária, esperança para a Igreja e para toda a família humana.

"Na sociedade e na cultura de hoje e, conseqüentemente, na nossa amada cidade de Roma, não é fácil viver sob o signo da esperança. Por um lado, prevalecem muitas vezes atitudes de desconfiança, desilusão e resignação, que contradizem não apenas a grande esperança da fé, mas também as pequenas esperanças."

Por outro lado, afirmou Bento XVI, as expectativas de grandes novidades e de melhoramentos se concentram nas ciências e nas tecnologias e, portanto, nas forças e nas descobertas do homem, como se somente ele pudesse solucionar os problemas. Porém, recordou o pontífice, não é a ciência, mas o amor que redime o homem.

Nesse sentido, o Santo Padre disse que para formar à esperança é preciso, concretamente, a oração, com a qual nos abrimos e nos dirigimos Àquele que é origem e fundamento da nossa esperança. E o justo modo de rezar é passar pelo processo da purificação interior. Através da oração, aprendemos a manter o mundo aberto a Deus e a nos tornarmos ministros da esperança.

Entre outros problemas existentes na capital italiana, o papa citou algumas necessidades primordiais que devem ser abordadas no atual Congresso diocesano e neste próximo ano pastoral:

"Procuremos, em particular, promover uma cultura e uma organização social mais favorável à família e ao acolhimento da vida, além de valorizar as pessoas idosas e dar resposta a outras necessidades, como a falta de trabalho e de moradia; compartilhar do compromisso de tornar a nossa Cidade mais segura e vivível, sobretudo em relação aos mais pobres e ao imigrado, que vem entre nós com a intenção de encontrar espaço de vida, no respeito das nossas leis."

Apesar de todas as dificuldades e falências, concluiu o papa, sabemos que a esperança cristã vive também do sofrimento, que a educa, a fortifica e a amadurece. Para que isto seja possível, é preciso reforçar a oração, grande dom da esperança cristã. (MT/BF)







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