2008-06-09 09:33:42

MANIFESTO DA IGREJA GAÚCHA REPUDIA A CORRUPÇÃO


Porto Alegre, 09 jun (RV) - A Igreja gaúcha publicou ontem uma Carta à sociedade, expressando seu repúdio à corrupção. O manifesto é assinado por três bispos, leigos, leigas, religiosos e religiosas, diáconos, padres e bispos, participantes da 5ª Assembléia da Ação Evangelizadora, provenientes das 17 dioceses do Estado do Rio Grande do Sul. Eis a Carta na íntegra:

"Não é de agora a corrupção existente no aparelho estatal da sociedade brasileira. Ela assume proporções desmedidas e destruidoras, corroendo o tecido social e inviabilizando a vida de tantos irmãos excluídos. As causas da corrupção são múltiplas. Parece configurar-se entre nós um costume de desvios éticos. Não basta a purificação dos costumes políticos. É preciso apontar a origem da corrupção. Ela está na ganância e no poder político e econômico. É necessário responsabilizar os corruptos e os corruptores.

Lamentamos, em meio a esse cenário, a pouca aplicação de recursos para investimentos na área social: hospitais, postos de saúde, escolas, presídios, creches, geração de trabalho e renda, pequenos agricultores, população indígena, quilombola, entre outros, e para políticas públicas em geral.

Apostamos numa sociedade democrática. Confiamos nos instrumentos de direito, constituídos para exercer o papel de fiscalização, controle e encaminhamento das necessárias medidas punitivas e reparadoras de tais atos que ferem a credibilidade na gestão pública.

Neste ano de eleições, é preciso dar um voto consciente para vereadores e prefeitos, comprometidos com a honestidade e a transparência na gestão pública a serviço do bem comum, em primeiro lugar dos mais pobres.

Reafirmamos a posição da Igreja no Brasil a favor da ética como responsabilidade de todas as pessoas e, de modo especial, na administração pública. Conclamamos toda sociedade gaúcha a participar da coleta de assinaturas para a aprovação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular, a qual visa impedir a candidatura de pessoas com pendências na justiça, por uma série de crimes graves, alterando, assim, a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.

Animados pela fé na vida e pela esperança em Jesus Cristo, queremos, na vigilância e na participação cidadã, construir uma sociedade justa e solidária."

A carta, de 8 de junho, é assinada pelos participantes da Assembléia, por Dom José Mário Stroeher, bispo do Rio Grande e presidente, Dom Hélio Adelar Rubert, bispo de Santa Maria e vice-presidente, e Dom Zeno Hastenteufel, bispo de Novo Hamburgo e secretário. (CM/BF)







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