PAPA EXORTA BISPOS DE MALÁSIA, SINGAPURA E BRUNEI A VALORIZAREM ARDENTE DESEJO DE
DEUS DOS POVOS ASIÁTICOS
Cidade do Vaticano, 06 jun (RV) - Evangelização, diálogo entre as religiões,
promoção dos direitos humanos e defesa da liberdade religiosa: foram os temas candentes
enfrentados por Bento XVI no discurso aos bispos de Malásia, Cingapura e Brunei, recebidos
no final da manhã, no Vaticano, por ocasião de sua qüinqüenal visita "ad Limina".
A saudação ao pontífice foi feita pelo arcebispo de Kuala Lumpur, capital da Malásia,
Dom Nicholas Xavier Pakiam Murphy.
O papa ressaltou que os povos da Ásia "mostram
um ardente desejo de Deus". Portanto, a mensagem cristã é semeada num terreno fértil.
Todavia, para florescer, esse anúncio não deve ser percebido pelo povo "como uma importação
estrangeira, alheia à cultura e às tradições dos povos asiáticos".
Partindo
do discurso que São Paulo dirigiu aos atenienses, o pontífice exortou os bispos da
Ásia a apresentem a fé cristã de modo que evoque "a inata profundidade espiritual
e a sabedoria moral presente na alma asiática".
Em particular, acrescentou,
é preciso garantir que o Evangelho não seja confundido com "os princípios seculares
associados ao Iluminismo", familiar ao Ocidente cristão e que agora começa a ter um
significativo impacto sobre outras partes do mundo. A verdade do Evangelho, prosseguiu,
deve ser distinta do "materialismo e do relativismo".
Por outro lado, acrescenta
o papa, mesmo contrastando "a ditadura" da razão positivista, que tenta excluir Deus
da esfera pública, as reais conquistas do Iluminismo devem ser acolhidas, especialmente
a importância atribuída aos direitos humanos e à liberdade de religião.
Portanto,
na obra de evangelização, Bento XVI encoraja os prelados a enfatizarem os direitos
humanos fundados na dignidade do homem criado à imagem de Deus. O papa reiterou a
importância do diálogo inter-religioso e exortou os bispos dos três países asiáticos
a procurarem novos caminhos para um diálogo aberto e honesto com muçulmanos, budistas
e hinduístas.
Ao mesmo tempo, o Santo Padre recordou que em alguns territórios
nem sempre é garantida uma plena liberdade religiosa e são encontradas dificuldades
para promover a educação religiosa cristã nas escolas.
O papa convidou os prelados
a não se desencorajarem e ressaltou que mediante o ensinamento deles, fortificados
pela Verdade do Evangelho, se promove uma visão unificada do bem comum.
Bento
XVI dedicou grande parte de seu discurso ao cuidado aos sacerdotes, que devem ser
conduzidos por seus bispos na imitação de Cristo, e à pastoral dos leigos. Especialmente
naqueles territórios onde é raro ver um sacerdote, afirmou, é particularmente importante
a formação do laicato, a fim de que todos possam conhecer a esperança à qual foram
chamados. (RL/BF)