VIOLÊNCIA EM ZIMBÁBUE OBRIGA SACERDOTES A SE ESCONDEREM
Harare, 05 jun (RV) - Temendo por sua vida por causa da perseguição do exército
local, muitos padres católicos permanecem escondidos em Zimbábue. A denúncia foi feita
à organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) por um sacerdote,
cujo nome é mantido no anonimato por motivos de segurança.
Uma onda de violência
tomou conta do país depois das eleições gerais de 29 de março, quando o partido no
poder perdeu a maioria no parlamento. Desde então, segundo informa a AIS, têm ocorrido
sérias e contínuas violações dos direitos humanos.
A situação preocupa a comunidade
internacional. Segunda-feira, o presidente norte-americano, George W. Bush, acusou
o governo de Zimbábue de ser cúmplice dos atritos e pediu o envio de observadores
internacionais para o segundo turno das eleições presidenciais.
Em comunicado,
Bush afirmou que "o prosseguimento dos conflitos, incluindo detenções sem fundamento
e intimidações contra expoentes da oposição para impedir o Movimento para a Mudança
Democrática de fazer campanha livremente antes do segundo turno das presidenciais,
de 27 de junho, é lamentável".
O sacerdote católico contatado pela AIS assegura
que as pessoas que não votaram no partido de Robert Mugabe têm sido raptadas, torturadas,
mutiladas ou violadas por soldados, especialmente nas áreas rurais.
"Muitos
padres católicos e leigos estão na lista das pessoas procuradas pelos soldados e pelas
milícias", refere, revelando que estas pessoas "são forçadas a permanecer escondidas".
A oposição afirma que pelo menos 50 de seus militantes foram mortos, centenas
ficaram feridos e mais de 25 mil foram deslocados, e acusou o regime de intimidar
os eleitores antes do segundo turno, que vai opor o presidente do país, Robert Mugabe,
ao líder da oposição, Morgan Tsvangirai. (CM/BF)