2008-06-04 12:15:39

Bispos de Moçambique preocupados com «barbárie» xenófoba na África do Sul


(4/6/2008) A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) manifestou a sua «extrema preocupação» face à «barbárie» contra os estrangeiros na África do Sul e atribuiu à frustração dos sul-africanos a causa da violência.
Numa mensagem que acaba de ser divulgada, os bispos católicos de Moçambique referem ainda que «na sequência dos actos de barbárie e intolerância» registados na África do Sul, «mais de 40 moçambicanos foram gratuitamente linchados até à morte», o dobro das vítimas apontadas pelas autoridades moçambicanas no seu último balanço oficial.
Na nota, os bispos deploram o regresso inesperado de «mais de 30 mil» moçambicanos que tinham «ido trabalhar [para a África do Sul] em busca de melhores condições de vida para si e seus familiares», muitos dos quais foram «despojados dos seus haveres».
A onda de xenofobia na África do Sul começou no dia 12 de Maio e já provocou mais de 60 mortos, 650 feridos, a saída forçada de mais de 40 mil estrangeiros e a deslocação para centros de refugiados internos de mais de 50 mil pessoas.
Para os bispos católicos moçambicanos, as causas da fúria dos cidadãos sul-africanos contra os imigrantes são a «degradação da condição social, distribuição desigual da riqueza e a exploração da mão-de-obra barata estrangeira em detrimento de trabalho e salários justos reivindicados pelos sul-africanos».
«Por outro lado, a riqueza gerada na África do Sul, que não é pequena, parece estar longe de ser distribuída equitativamente por todos. A vida melhor sonhada pelo povo sul-africano, com o fim do apartheid, não está sendo uma realidade», observa o prelado católico moçambicano.
A CEM faz um apelo ao Governo sul-africano no sentido de «compensar todos aqueles que perderam os seus bens nesta onda de xenofobia e que, deste modo, viram o seu futuro e o das suas famílias seriamente comprometido».
A exortação dos bispos católicos de Moçambique é igualmente estendida a todos os povos da África Austral, «para que se neutralizem os extremismos, uma vez que com esse tipo de manifestações todos sairão a perder».
Ao Governo moçambicano, a Conferência Episcopal pede que dialogue com as autoridades sul-africanas, para encontrarem formas de desencorajar a violência contra imigrantes.
A população moçambicana em geral é também evocada na mensagem episcopal, onde







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