2008-06-03 13:45:25

SANTA SÉ APROVA ACORDO DE DUBLIN


Genebra, 03 jun (RV) - O arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé na sede das Nações Unidas em Genebra, qualificou a aprovação, em 30 de maio último, em Dublin, do acordo internacional para a supressão das bombas de fragmantação como “um passo enorme” que “abre um novo capítulo no direito humanitário”.

Em uma entrevista concedida à Rádio Vaticano, Dom Tomasi afirmou que a delegação da Santa Sé “teve um papel chave” neste acordo. O Tratado que prevê a abolição das bombas de fragmentação foi concordado durante a Conferência Diplomática realizada na semana passado em Dublin por 109 governos de todo o mundo e será ratificado oficialmente em Oslo nos próximos dias 2 e 3 de dezembro. O acordo entrará em vigor nesta data, após ser assinado pelos primeiros 30 países, e prevê o fim deste tipo de bombas nos próximos 8 anos.

A Santa Sé participou da Convenção através de uma delegação liderada por Dom Tomasi e na qual estavam presentes Antoine Abi-Ghanem, adjunto na Missão da Santa Sé em Genebra; Paolo Conversi, da Secretaria de Estado, e Tommaso Di Ruzza, do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz.

Segundo explicou Dom Tomasi, “a comunidade internacional é bastante consciente sobre acabar com a crueldade deste tipo de bomba, que recai indiscriminadamente sobre a população civil”.

O fator mais importante do acordo alcançado é, segundo o prelado, que “torna ilegais todas as bombas cluster que foram utilizadas até agora nas diversas guerras, e também condiciona o transporte, a construção de novas bombas e também as novas tecnologias que possam adaptar-se a estes explosivos”.

Para obter este resultado, Dom Tomasi afirma que o papel desempenhado pela Delegação da Santa Sé foi chave, ao atuar “de ponte entre os diversos grupos e instituições de Estados, levando a uma convicção positiva sobre um documento, um instrumento que seja, como disse o Papa, forte e crível. E assim foi exatamente”. Contudo, o fato de que países como Estados Unidos, Israel, Rússia, China, Índia e Paquistão, que fabricam e utilizam este tipo de arma, estavam ausentes da Convenção, mostra, - segundo o prelado -, que “o caminho para completar o trabalho é ainda longo”.

Apesar disso, Dom Tomasi explicou que essas bombas terem sido declaradas ilegais do ponto de vista do Direito Internacional fará que esta pressão e esta vontade clara da comunidade internacional tenham um peso nas decisões e considerações dos países que não estavam presentes.

As bombas de fragmentação, segundo explicou em uma entrevista recente Dom Silvano Tomasi no diário vaticano L’Osservatore Romano, “são a causa de graves problemas humanitários, porque caem indiscriminadamente tanto sobre os combatentes como sobre os civis”, e também porque “podem permanecer intactas no terreno e só explodir depois de muitos anos”. (SP)







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