Cidade do Vaticano, 31 mai (RV) - O papa recebeu, na Sala Clementina do Palácio
Apostólico, os participantes do Congresso internacional da Fundação Centesimus Annus-Pro
Pontífice, que estão reunidos para discutir o tema “Capital social e desenvolvimento
humano”, na Universidade Gregoriana, aqui em Roma. A fundação Centesimus Annus-Pro
Pontífice foi instituída em 5 de junho de 1993, por desejo expresso de João Paulo
II, no âmbito da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma, para promover o estudo,
a difusão e a aplicação da Doutrina Social da Igreja no setor profissional e empresarial. O
encontro anual de seus membros, que se conclui hoje, é dedicado ao aprofundamento
das noções de ‘capital social’ como conjunto de bens imateriais que geram crescimento
econômico, desenvolvimento e bem comum. Hoje, todos participaram de uma missa celebrada
pelo cardeal Attilio Nicora, presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica,
na Gruta de Lurdes, nos Jardins do Vaticano. O Conselho de Administração da Fundação
Centesimus Annus-Pro Pontifice é composto por sete membros leigos, um deles designado
pela Santa Sé e os outros seis por votação entre os membros do Conselho. O presidente
atual e representante legal é o conde italiano Lorenzo Rossi di Montelera.
O
papa agradeceu a todos pelo serviço que prestam à Igreja e aos pobres, em várias partes
do mundo, e lhes disse que o tema “O capital social e o desenvolvimento humano” oferece
a chance de refletir sobre a necessidade, sentida por muitos, de promover o desenvolvimento
global atento à promoção integral do homem.
O desenvolvimento harmonioso é
possível, se as opções econômicas e políticas considerarem princípios fundamentais
tais como a subsidiariedade e a solidariedade. Assim, no centro de toda programação
econômica, deve estar sempre a pessoa criada à imagem de Deus e por Ele indicada para
velar e gerir os imensos recursos da criação:
“Somente uma cultura comum de
participação responsável pode permitir aos seres humanos sentirem-se ativos colaboradores
no processo de desenvolvimento mundial, e não meros e passivos destinatários. O homem,
a quem Deus, no Genesis, confiou a terra, tem o dever de fazer render os bens terrenos,
comprometendo-se a utilizá-los para atender as necessidades de todos os membros da
família humana”.
Em outras palavras, o homem deve administrar os recursos
que Deus lhe deixou colocando-os à disposição de todos; evitando que os lucros sejam
apenas para alguns e que formas de coletivismo o oprimam. O crescimento econômico
não pode ser diferenciado da busca de um desenvolvimento integral, humano e social.
A este ponto, o papa recordou um trecho de sua encíclica Spe salvi: “As melhores
estruturas só funcionam se numa comunidade subsistem convicções que sejam capazes
de motivar os homens para uma livre adesão ao ordenamento comunitário”.
Assim,
Bento XVI convidou os membros da Fundação a oferecerem sua reflexão como contribuição
para a realização de uma justa ordem econômica mundial.
“No último dia, no
dia do Juízo universal, nos será questionado se usamos tudo o que Deus colocou a nossa
disposição para atender as expectativas legitimas e as necessidades de nossos irmãos
mais frágeis, especialmente os menores e mais necessitados” - disse o pontífice.
No
final do encontro, o papa abençoou a todos, assegurando-lhes sua proximidade na oração.
(CM)