ARCEBISPO EMÉRITO DE ARGEL PEDE LIBERTAÇÃO DE ARGELINA CONVERTIDA AO CRISTIANISMO
Argel, 29 mai (RV) - O arcebispo emérito de Argel, D. Henri Teissier, pede
a libertação de Habiba Kouider, a argelina que se converteu quatro anos atrás ao cristianismo
e sob processo no Tribunal de Tiaret, com a acusação de ter "praticado um culto não-muçulmano
sem autorização".
O Tribunal de Tiaret (sudoeste da Argélia) pediu aprofundamento
das investigações no processo. Encontrada com Bíblias e Evangelhos, Habiba Kouider
foi presa no início de abril e o procurador pedira para ela, na semana passada, três
anos de reclusão.
"Espero que Habiba Kouider seja libertada, principalmente
depois de o juiz ter expresso sobre a questão um parecer diferente do do procurador",
disse D. Henri Teissier.
A Liga Argelina dos Direitos Humanos comentou positivamente
a decisão do Tribunal de Tiaret, considerando que Habiba não cometeu nada de proibido.
"É um bom juízo, declarou à Rádio France Internationale o presidente da Liga, Ghechir
Boudjema, porque se considerou que a polícia e a sessão da procuradoria cometeram
um erro ao conduzir Habiba Kouider perante a Justiça".
Ghechir Boudjema acrescentou
que na lei argelina não há nenhum texto que sancione uma pessoa porque em posse de
um livro sagrado, Bíblia, Alcorão, ou qualquer outro livro.
Enquanto isto,
em Tiaret foi aberto, nesta quarta-feira, outro processo contra seis protestantes
argelinos acusados de proselitismo e presos ao saírem de uma casa onde se haviam reunido
para rezar, por terem praticado um culto em lugar não autorizado. O procurador pediu
para eles dois anos de cárcere.
As autoridades argelinas encarregadas dos
assuntos religiosos estão conduzindo de alguns meses para cá uma dura campanha contra
o que definem como "campanha de evangelização" por obra dos movimentos evangélicos,
excluindo desta campanha a Igreja Católica.
Dom Teissier – escreve a France
Presse – afirmou que a Igreja Católica, cujas origens na Argélia remontam aos primeiros
cristãos, não está implicada em atividades de evangelização.
O ministro argelino
dos Assuntos Religiosos, Bouabdallah Gholamallah, definiu recentemente os evangélicos
como pessoas "fora da lei", e afirmou que o objetivo deles seria constituir "uma minoria
cristã para favorecer a ingerência estrangeira nos assuntos internos da Argélia".
(PL/BF)