ANGELUS: BENTO XVI RECORDA AS VÍTIMAS DO TERREMOTO NA CHINA E FALA AINDA DO DRAMA
DA FOME NO MUNDO
Cidade do Vaticano, 25 mai (RV) - Bento XVI rezou ao meio-dia de hoje a oração
mariana do Angelus com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Nas palavras
que precederam a oração, o papa recordou que a festa de Corpus Christi, que na Itália
e em diversos países celebra-se hoje, é ocasião para crescer na "concreta atenção
aos irmãos, especialmente aos mais pobres".
Entre os flagelos que atingem
o mundo, o Santo Padre indicou o drama da fome, um problema que a "comunidade internacional
tem dificuldades em resolver". Bento XVI recordou ainda as vítimas do terremoto na
China e pediu a Nossa Senhora de Sheshan que apóie os testemunhos de fé dos cristãos
naquele país.
"Saúdo todos de coração": com essas afetuosas palavras pronunciadas
em chinês, o papa se dirigiu aos peregrinos chineses de toda a Itália reunidos em
Roma por ocasião do Dia Mundial de Oração pela Igreja na China, que foi celebrado
ontem, memória litúrgica de Nossa Senhora Auxiliadora.
Aos fiéis chineses,
Bento XVI dirigiu um premente apelo: "Junto a vocês, peço a Maria, Auxílio dos Cristãos,
Nossa Senhora de Sheshan, que apóie o compromisso de todos aqueles que na China, entre
as cotidianas fadigas, continuam a acreditar, a esperar e amar, a fim de que jamais
temam falar de Jesus ao mundo e do mundo a Jesus, permanecendo sempre testemunhas
críveis do seu amor e mantendo-se unidos à rocha de Pedro, sobre a qual a Igreja foi
construída".
O Santo Padre confiou ainda ao amor de Deus misericordioso todos
aqueles que nesses dias perderam a vida por causa do terremoto que atingiu uma vasta
área da China. Por causa do terremoto do último dia 12, mais de 62 mil pessoas morreram.
Hoje, foi registrado um novo tremor, que superou os 5 graus na escala Richter.
"Renovo
a minha solidariedade a todos aqueles que estão vivendo horas de angústia e de tribulação.
Graças à fraterna solidariedade de todos, possam as populações daquelas áreas voltar
em breve à normalidade da vida cotidiana."
No Angelus, o papa recordou que
hoje se celebra a solenidade de "Corpus Christi", que no Vaticano e em outras nações,
como no Brasil, foi celebrada na última quinta-feira.
"É a festa da Eucaristia,
dom maravilhoso de Cristo, que na Última Ceia quis nos deixar o memorial de sua Páscoa,
o sacramento de seu Corpo e do Seu Sangue, penhor de imenso amor por nós", disse.
A Eucaristia, acrescentou, é escola de caridade e solidariedade. O papa pediu
então que todos os cristãos colaborem com os esforços internacionais para resolver
a crise dos preços dos alimentos, que ameaça levar milhões de pessoas à fome.
"Quem
se nutre com o Pão de Cristo não pode ficar indiferente diante de quem, também nos
nossos dias, é privado do pão cotidiano. Muitos pais de família conseguem, com fadiga,
procurá-lo para si e para os seus filhos. É um problema cada vez mais grave, que a
comunidade internacional encontra dificuldades em resolvê-lo", analisou.
Quando
Jesus começou a pregar para as multidões, revelou que o Pai o havia enviado ao mundo
como "pão vivo descido do céu", como pão da vida: "A Igreja não somente reza 'o pão
nosso de cada dia nos dai hoje', mas, seguindo o exemplo de Jesus, se compromete em
todos os modos a multiplicar os cinco pães e dois peixes com inumeráveis iniciativas
de promoção humana e de partilha, a fim de que a ninguém falte o necessário para viver".
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) realizará
uma cúpula em Roma, entre os dias 3 e 5 de junho, para discutir as dificuldades causadas
pelo aumento dos preços dos alimentos.
Enfim, o pontífice saudou vários grupos
de peregrinos e todos aqueles que, por ocasião do Dia Italiano do Alívio, se reuniram
na Policlínica Gemelli para promover a "solidariedade para com as pessoas que sofrem
de doenças incuráveis". (SP/BF)