2008-05-23 18:07:32

Na festa do Corpo de Deus o arcebispo de Braga desafia os cristãos


(23/5/2008) A participação dos cristãos na Eucaristia e o sinal que essa mesma participação deve dar à sociedade foi posta em evidência por D. Jorge Ortiga, na homilia do Corpo de Deus, ontem, dia 22, assinalado na Sé Catedral de Braga.
O Arcebispo de Braga aponta a frieza do “rito da assistência”, a rotina dos “hábitos adquiridos” e por isso afirma a “necessidade de um urgente trabalho sobre o essencial da Eucaristia”.
A Eucaristia deve gerar união a Cristo e fraternidade eclesial. D. Jorge reflecte que as celebrações eucarísticas devem ter elas próprias uma “fisionomia atractiva e nunca de instintiva repulsa como quem entra num local gerador de indiferença, de «tanto faz»”.
Questiona o Arcebispo de Braga o que faltará às celebrações para que “provoquem desejo de estar? Que dizem ou oferecem? Não será que já nos resignamos ao facto de muitos não participarem? Onde está a índole missionária das nossas celebrações? Continuaremos a assistir à debandada?”.
Não pretendendo “comparar épocas”, recorda D. Jorge Ortiga o exemplo das primeiras comunidades cristãs, em que a Eucaristia “congregava os cristãos dispersos e a viver a fé, em contextos difíceis”.
“Importa readquirir o amor que os cristãos da Igreja Primitiva nutriam pela Eucaristia” e nesse sentido, recuperar o sentido da Eucaristia como missa, “como missão”.
A Eucaristia será missão se se “tomar consciência do cenário de pobreza que convive connosco. Só a entrega da nossa solicitude e a partilha dos dons recebidos nos coloca na dinâmica da Eucaristia”.
D. Jorge Ortiga pede “um regresso ao espírito de comunidade onde se conhece com verdade, os nomes e a situação dos carenciados”. Indica o Arcebispo de Braga que não basta falar de pobreza, mas “urge descobrir o seu rosto e limpar esta página vergonhosa duma sociedade que se diz evoluída e permite que muitos vivam abaixo do nível duma vida digna”.
“A Eucaristia deve ver-se no modo como falamos e agimos com e a favor dos outros. Necessitamos de “mostrar” a Eucaristia. Só vendo muitos sentirão a necessidade dela”, aponta D. Jorge que acrescenta ainda que “a maneira alegre e feliz, comprometida e solidária, daqueles que habitualmente participam nas celebrações” deve ser sinal de reconhecimento.
A Eucaristia, como comunhão, “terá de significar uma atenção nova aos novos problemas para que a Igreja percorra os caminhos da humanidade, realizando a opção preferencial pelos pobres através dum serviço organizado ou espontâneo”.







All the contents on this site are copyrighted ©.