A Europa de olhos postos na Junta Militar que governa Myanmar
(23/5/2008) O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que se encontra em Myanmar (ex-Birmânia),
acredita que a Junta Militar está a mostrar alguma "flexibilidade" quanto à entrada
de ajuda humanitária destinada às vítimas do ciclone "Nargis" que, segundo o mais
recente balanço, causou 134 mil mortos.
O optimismo de Ban Ki-moon contrasta
com o que pensam os deputados europeus que esta quinta feira, em Estrasburgo, aprovaram
uma resolução que visa julgar por crimes contra a humanidade os militares que governam
Myanmar se, salientam, continuarem a impedir a entrada de ajuda.
Enquanto
isso, da capital birmanesa, Rangum, chegam notícias comprovadas por alguns observadores
internacionais, de que parte da ajuda internacional destinada às vítimas está a ser
vendida nos mercados.
No Parlamento Europeu, o aviso à Junta Militar foi
aprovado por esmagadora maioria (524 votos a favor, três contra e 13 abstenções) e
destina-se a pressionar a ONU para apresentar o caso ao Tribunal Penal Internacional.
No terreno, Ban Ki-moon sobrevoou a região do delta do Irrawaddy devastada
pelo ciclone, numa visita que tem como único objectivo convencer os militares de que
devem abrir as portas à ajuda destinada aos 2,5 milhões de desalojados.