NÚNCIO DOM TOMASI NA CONFERÊNCIA DE DUBLIN: BANIR AS MUNIÇÕES DE FRAGMENTAÇÃO
Cidade do Vaticano, 21 mai (RV) - Continua em Dublin, na Irlanda, a Conferência
Internacional para a proibição das armas de fragmentação, com a participação de mais
de 100 países.
Participou dos debates também o Observador Permanente da Santa
Sé, na ONU, de Genebra, D. Silvano Maria Tomasi que, lembrando o apelo lançado pelo
papa na oração mariana do Angelus de domingo passado, reiterou a necessidade de se
chegar a uma convenção que proíba estas armas letais.
Contatado pela Rádio
Vaticano, D. Tomasi explicou que a razão profunda que inspira a atividade da Santa
Sé em nível diplomático multilateral, para lutar contra este mal enorme, criado pelas
bombas de fragmentação, é o desejo de evitar que os civis sejam vítimas e paguem
um preço alto demais por estas atividades de caráter militar. A Santa Sé, explicou
D. Tomasi, comprometeu-se, desde o início, com a promoção de uma convenção internacional
para o banimento deste tipo de munições. Ela faz parte de um pequeno grupo de Estados
que nos últimos anos estão criando opinião pública, trabalhando com instrumentos operacionais,
inclusive jurídicos, para chegar a conclusões práticas, que possam limitar os danos
destas armas.
As armas de fragmentação foram recentemente usadas na guerra
entre Israel e o Líbano onde, nos últimos dias do conflito, foram despejadas no território
libanês mais de dois milhões destas bombas, criando problemas para o desenvolvimento
da agricultura, para as crianças, mulheres e para todas as pessoas que hoje procuram
voltar às suas velhas casas.
Depois de mais de 40 anos que estas bombas foram
usadas aos milhões no sudeste asiático, continuam a fazer vítimas ainda hoje. “Então
nós, como Igreja, como cristãos, disse-nos D. Tomasi, queremos ser sensíveis à proteção
das pessoas mais vulneráveis, procurando fazer alguma coisa para limitar o impacto
destas bombas para as pessoas que, se não perdem a vida, sofrem as conseqüências delas
por toda a existência”. (PL)