DOM SGRECCIA DEFIME COMO "MENTIRA MIDIÁTICA" PESQUISAS SOBRE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS
Cidade do Vaticano, 21 mai (RV) - "Mentira midiática." Assim, o presidente
da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Elio Sgreccia, define a idéia de que a partir
de células-tronco embrionárias é possível encontrar a cura para doenças graves, como
o Parkinson e o Alzheimer.
Por isso, Dom Sgreccia convida os meios de comunicação
a uma espécie de "conversão" para não divulgar hipóteses infundadas a mando de corporações
ou de grupos com interesses particulares.
Em entrevista à Rádio Vaticano, o
prelado se refere diretamente ao premiê britânico, Gordon Brown, que apóia esse tipo
de pesquisa porque, entre outros fatores, tem um filho com uma grave doença genética.
Dom Sgreccia afirma que existem pesquisas mais promissoras, que utilizam outras
estradas. Todavia, o prelado lamenta que a utilização das células-tronco embrionárias
tenha se tornado popular, "uma mentira midiática", que é espalhada sem nenhuma base
científica.
A mídia, observa, deve obedecer à verdade, para que não se criem
ilusões diante da compaixão humana e se sigam estradas que não levaram até agora a
nenhum resultado.
A Câmara dos Comuns do Reino Unido aprovou nesta segunda-feira
a realização de pesquisas científicas com embriões híbridos, criados a partir de uma
combinação de DNA humano e animal.
A liberação do uso de embriões híbridos
para fins terapêuticos se insere no projeto de lei sobre Embriologia e Fertilidade
Humana, que atualmente tramita no Parlamento.
A proposta para o uso de embriões
híbridos em pesquisas causou polêmica no Reino Unido, a ponto de Brown ter de liberar
o voto de seus correligionários para evitar uma rebelião dentro do seu próprio partido.
A Igreja Católica no Reino Unido acusa a nova legislação de ser imoral, violar
os direitos humanos e permitir aberrações.
A propósito, os presidentes das
Conferências episcopais de Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda anunciaram a doação
de 25 mil esterlinas em apoio à pesquisa com células-tronco adultas.
A doação
foi financiada com uma coleta especial promovida por ocasião do Dia pela Vida. A quantia
será entregue ao consórcio internacional "Novussanguis", que promove pesquisas com
células-tronco adultas ou extraídas do cordão umbilical.
Os cardeais Cormac
Murphy-O'Connor, Seán B. Brady e Keith M. Patrick O'Brien explicaram que a iniciativa
pretende ser "um sinal concreto do empenho da Igreja a favor da ciência e do bem humano".
(BF)