IGREJA CALDÉIA: CONDENAÇÃO À MORTE COLOCA EM RISCO FUTURO DEMOCRÁTICO DO IRAQUE
Cidade do Vaticano, 20 mai (RV) - A condenação à morte de um acusado de participar
do sequestro do arcebispo caldeu de Mossul, Dom Paulos Faraj Rahho, provocou polêmica.
O
procurador em Roma da Igreja caldéia, Mons. Philip B. Najim, afirma que a condenação
à morte deixa a comunidade muito perplexa.
Mons. Najim recorda que logo após
a morte de Dom Rahho o governo iraquiano anunciou a prisão de três irmãos, mas depois
não se soube mais nada. E ontem comunicaram que outro homem, diferente dos indiciados,
foi condenado à morte.
Ele acrescentou que os valores da fé cristã são contrários
à pena de morte e o fato de que as investigações tenham sido feitas de modo pouco
límpido diante da opinião pública "causa preocupação quanto ao futuro democrático
do Iraque".
Por outro lado, a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá recebeu
com satisfação a sentença de morte decretada pelo Tribunal iraquiano.
Segundo
comunicado emitido pela sede diplomática, os EUA elogiam o governo iraquiano por levar
o autor "deste brutal crime diante da Justiça", e reiteram seu pesar à família do
arcebispo e à comunidade religiosa à qual Dom Rahho pertencia.
"Continuaremos
apoiando o governou em seus esforços para proteger todos os iraquianos, sem distinção
religiosa, da violência e dos atos criminais", acrescentou a embaixada.
O Tribunal
condenou à morte Ahmed Ali Ahmed, conhecido como Abu Omar.
Segundo um comunicado
do porta-voz do governo, Ali Al Dabbagh, o condenado é um dos líderes da vertente
iraquiana da Al-Qaeda, procurado pela Justiça por sua responsabilidade em vários crimes
contra a população local. Todavia, não se sabe a data e as circunstâncias da prisão
nem a nacionalidade do condenado. (BF)