2008-05-17 18:30:18

Deus é Misericórdia, Graça, Fidelidade - porque é Amor: Bento XVI na homilia celebrada em Savona, sábado à tarde


Facto saliente foi a Missa dominical antecipada que Bento XVI celebrou numa Praça de Savona, com os textos da solenidade da Santíssima Trindade.
Na homilia, o Pontífice começou por comentar a primeira Leitura do dia, o texto do Livro do Êxodo em que Deus se revela a Moisés como “Deus misericordioso e cheio de compaixão, lento para a ira e rico em misericórdia”. Palavras que (observou) “nos dizem a verdade sobre Deus” e “nos fazem ver com os olhos da mente o rosto do invisível, o nome do Inefável. Este nome è Misericórdia, Graça, Fidelidade”.
Encontrando-se em Savona, Bento XVI observou que foi precisamente como Virgem da Misericórdia que Maria se manifestou, em 1536, a um pobre lavrador daquelas terras, dando depois origem ao santuário mariano dos arredores desta cidade. Ora – sublinhou o Papa – “Maria não falava de si, ela nunca fala de si, fala sempre de Deus, e fê-lo com este nome tão antigo e sempre novo:

misericórdia, que é sinónimo de amor, de graça. Está aqui toda a essência do cristianismo porque é a essência do próprio Deus. Deus é Uno enquanto é totalmente e unicamente Amor. E precisamente porque é Amor, é abertura, acolhimento, diálogo. E na sua relação connosco, que somos pecadores, é misericórdia, compaixão, graça, perdão”.

“Para quem se encontra em perigo, Deus é salvação” – como refere o texto do Evangelho deste domingo observou ainda Bento XVI: “Deus amou de tal maneira o mundo que entregou o Seu Filho Único, para que todo aquele que acredita n’Ele não se perca, mas tenha a vida eterna”.

“Neste doar-se de Dues na Pessoa do Filho está em acção toda a Trindade: o Pai que põe à nossa disposição o que tem de mais caro; o Filho que, em sintonia com o Pai, se despoja da sua glória para se doar a nós; o Espírito Santo que sai do pacífico abraço divino para irrigar os desertos da humanidade.
Para esta obra da sua misericórdia, Deus – dispondo-se a tomar a nossa carne – quis ter necessidade de um SIM humano, do SIM de uma mulher que se tornasse a Mãe do seu Verbo incarnado – Jesus, o Rosto humano da divina Misericórdia. Maria tornou-se assim, e tal permanece para sempre – a Mãe da Misericórdia.

Bento XVI observou ainda que esta sua “visita a Savona, no dia da Santíssima Trindade, é antes de mais uma peregrinação, mediante Maria, às nascentes da fé, da esperança e do amor”. Uma peregrinação que “é também (disse) memória e homenagem” ao seu predecessor Pio VII, cujas dramáticas vicissitudes se encontram indissoluvelmente ligadas a esta cidade e ao seu santuário mariano”.

“À distância de dois séculos, venho renovar a expressão do reconhecimento da Santa Sé e de toda a Igreja pela fé, amor e coragem com que os habitantes desta terra apoiaram o Papa por ocasião da sua residência forçada, imposta por Napoleão Bonaparte, nesta cidade”.

“Esta página obscura da história da Europa tornou-se, por obra do Espírito Santo, rica de graças e de ensinamentos, mesmo par aos nosso dias. Ensina-nos a coragem de enfrentar os desafios do mundo - materialismo, relativismo, laicismo – sem nunca ceder a compromissos, dispostos a pagar em pessoa, para permanecermos fiéis ao Senhor e à sua Igreja.
O exemplo de serena firmeza do Papa Pio VII convida-nos a conservar inalterada no meio das provações a confiança em Deus, na certeza de que Ele, embora permitindo para a sua Igreja momentos difíceis, nunca a abandona. A história vivida pelo grande Pontífice na vossa terra convida-nos a confiar sempre na intercessão e na materna assistência de Maria Santíssima”.









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