2008-05-17 12:10:47

BISPOS ITALIANOS CRITICAM 'EXTREMISMOS' CONTRA ESTRANGEIROS


Roma, 17 mai (RV) - Em meio à crise causada por ataques a vários acampamentos ciganos no país, a cúpula da Igreja Católica italiana se manifestou ontem, afirmando que "é necessário interromper os extremismos" contra os imigrantes.

"É preciso neutralizar os extremismos, que não podem ditar leis a ninguém nem ser considerados a realidade total de um povo", declarou o presidente da Conferência Episcopal, Cardeal Angelo Bagnasco, em entrevista ao jornal "La Repubblica".

O arcebispo de Gênova expressou a solidariedade da Igreja para com todas as pessoas que sofrem violência gratuita e incontrolável e defendeu que devem ser criadas condições de amparo e dignidade para todos os imigrantes que respeitam as leis e se comprometem com uma integração real.

Segundo Dom Bagnasco, os casos de violência relativos à imigração ressaltam que a sociedade sofre de uma forma crônica de individualismo, que não tolera o que é diferente.

Por sua vez, em declarações ao jornal milanês "Corriere della Sera", o arcebispo de Turim, Cardeal Severino Poletto, afirma que "se não vigiarmos profundamente nosso pensamento, podemos ter atitudes racistas sem perceber".

Para Dom Poletto, a remoção dos acampamentos de nômades não resolve o problema. "É preciso unir diálogo e segurança, legalidade e educação, justiça e caridade. Não acho que mandar as escavadeiras retirarem tudo seja a solução", declarou.

Na última quinta-feira, o arcebispo de Nápoles, Cardeal Crescenzio Sepe, condenou a violência contra os ciganos registrada em vários assentamentos napolitanos, incendiados após incidentes entre seus moradores e os residentes da área.

Diante desses casos, ciganos de assentamentos de Roma organizaram rondas noturnas, temendo sofrer mesmo o tipo de agressão. (CM/BF)







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