ASSOCIAÇÕES CRISTÃS DE TRABALHADORES ITALIANOS DIZEM “NÃO” À HIPÓTESE DE DELITO DE
IMIGRAÇÃO CLANDESTINA
Roma, 16 mai (RV) - Tem sido muito polêmico nestes dias, na Itália, o debate
sobre a segurança e sobre a imigração clandestina. Hoje, o ministro do Interior italiano,
Roberto Maroni, em seu pronunciamento em Roma por ocasião da festa da polícia, disse
que "é o momento de intervir com firmeza para evitar que o ódio prevaleça sobre as
regras da convivência civil", para que não mais se repitam episódios definidos como
"de injustificável violência", como a agressão aos campos nômades em Nápoles, sul
da Itália, após a tentativa de sequestro de uma recém-nascida por parte de uma jovem
cigana.
Ontem, quinta-feira, a polícia efetuou centenas de detenções em toda
a Itália por roubo, tráfico de droga, prostituição e imigração clandestina.
E
por parte de muitos setores da sociedade se eleva o pedido de introduzir o delito
de imigração clandestina: hipótese à qual são absolutamente contrárias as Associações
Cristãs de Trabalhadores Italianos (ACLI), como explica o seu presidente, Ernesto
Olivero:
Ernesto Olivero:- "Consideramos que não se possa impedir os
cidadãos estrangeiros que têm dificuldade de subsistência no próprio país de emigrar
em busca de uma vida melhor. É preciso que estejamos atentos, porque se nós considerarmos
isso um delito, amanhã poderemos considerar delito também a pobreza. Pelo contrário,
é preciso atingir de modo duro todos aqueles que exploram esse desejo das pessoas
e criam situações de escravidão para os imigrados em nosso país e em tantos outros
do mundo. Isso sim é escandaloso, como é escandaloso também o fato de não se conseguir
fazer entrar de modo regular trabalhadores que inclusive são necessários e diria,
aliás, indispensáveis para o nosso país. Basta pensar nas muitas pessoas que trabalham
assistindo as famílias e que se encontram em situação de ilegalidade, colocando também
essas famílias numa situação embaraçadora e inaceitável. Essa é a verdadeira emergência
deste momento." (RL/BF)