"A família migrante e itinerante" merece ser apoiada, não destruída: Bento XVI recebendo
os participantes na assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Pastoral de
Migrantes e Itinerantes
“A mobilidade humana representa, no actual mundo globalizado, uma fronteira importante
para a nova evangelização” – recordou Bento XVI, acolhendo nesta quinta-feira de manhã,
no Vaticano, os 75 participantes na Assembleia Plenária do Conselho Pontifício da
Pastoral para os Migrantes e Itinerantes. Tema desta Plenária “A família migrante
e itinerante”. Desejava-se aprofundar o fenómeno da mobilidade humana, que se tornou
num elemento estrutural da sociedade contemporânea, com graves consequências para
a família migrante. Congratulando-se com o trabalho desta Assembleia, o Papa evocou
a sua recente viagem aos Estados Unidos, durante a qual teve “ocasião de encorajar
aquele grande país a continuar no seu empenho de acolhimento para com aqueles irmãos
e irmãs que vêm, geralmente, de países pobres”, assinalando “em particular o grave
problema do reagrupamento familiar”. Bento XVI recordou também diversas tomadas de
posição do seu predecessor, João Paulo II, sublinhando “o empenho da Igreja a favor
não só da pessoa migrante, mas também da sua família, comunidade de amor e factor
de integração”. “Antes de mais, apraz-me reafirmar que a solicitude da Igreja para
com a família migrante nada retira ao interesse pastoral pela família afectada pela
mobilidade. Ao contrário, este empenho a manter uma unidade de visão e de acção entre
as duas asas (migração e itinerância) da mobilidade humana pode ajudar a compreender
a vastidão do fenómeno e ao mesmo tempo estimular todos a desenvolverem uma pastoral
específica”. Trata-se aliás, observou o Papa, de uma pastoral recomendada pelos
Papas, preconizada pelo Concílio Vaticano II e convenientemente apoiada pelos documentos
elaborados pelo vosso Conselho da Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. “Não
se esqueça que a família, mesmo a família migrante e itinerante, constitui a célula
originária da sociedade. Há que a não destruir; pelo contrário, há que a defender
com coragem e paciência. A família representa a comunidade na qual, desde a infância
a pessoa é formada a adorar e a amar a Deus, aprendendo a gramática dos valores humanos
e morais, e aprendendo a far bom uso da liberdade na verdade”.