PONTIFÍCIAS OBRAS MISSIONÁRIAS COMEÇAM PLENÁRIA ANUAL
Cidade do Vaticano, 14 mai (RV) - A partir de amanhã, dia 15, até o próximo
dia 21, vai realizar-se em Roma a Assembléia Geral das Pontifícias Obras Missionárias.
O
encontro vai reunir 115 diretores nacionais provenientes do mundo inteiro, que começarão
as suas consultas com a análise, por grupos continentais, da atividade missionária
nos diversos contextos e características nacionais.
A plenária foi precedida,
ontem e hoje, de uma sessão de formação reservada aos diretores nacionais nomeados
nos últimos dois anos, para ilustrar a missão carismática e a organização jurídico-eclesial
de cada uma das quatro obras, no contexto da Missão da Igreja no nosso tempo.
O
objetivo principal da Assembléia é refletir como anunciar o Evangelho neste mundo
em transformação. Para isto, examinará as mudanças globais, planetárias, e verá como
inserir o Evangelho nestas transformações, a fim de criar uma humanidade nova.
Sobre
a missionariedade da Igreja, eis o que disse o secretário-geral da Pontifícia União
Missionária, Padre Vito Del Prete:
Padre Vito:– Acho que todas as conferências
episcopais no mundo, como também o magistério pontifício, estão dizendo que a evangelização
é a categoria, o paradigma fundamental para o qual deve convergir toda a atividade
da Igreja. Mas isto continua sendo um princípio ainda não realizado e em via de realização.
Então eu penso que para que a comunidade cristã readquira vitalidade e fé é necessário
que coloque a "missio ad gentes" como seu primeiro objetivo prioritário. Para chegar
a isto, seria necessário – mas isto é uma idéia pessoal minha – instituir o ministério
da evangelização nas paróquias.
P. – A Rádio Vaticano perguntou ainda ao
Padre Vito Del Prete como realizar a promoção social, sem esquecer a necessidade da
evangelização:
Padre Vito:- Acho que passou o tempo em que a evangelização
era equiparada, sem mais, à promoção social. Isto produziu menos evangelização e eu
diria também menos promoção social. A convicção hoje é que se não se dá à promoção
social uma motivação religiosa cristã forte, que se adquire através da meditação,
esta promoção seria deficitária, defeituosa, e não atingiria a sua meta. Portanto,
é necessário que todas as forças missionárias voltem realmente às motivações fundamentais
religiosas.
P. – Sobre o binômio "diálogo e anúncio" que, por vezes, corre
o perigo de ser duas dimensões separadas, o Padre Vito Del Prete afirmou: Padre
Vito:– Diálogo e anúncio: é um problema candente. Em todo o caso, não deveriam
permanecer separados como duas dimensões porque, na realidade, o próprio diálogo,
sem ser instrumentalizado para a conversão, deveria constituir uma espécie de anúncio
que se faz gradualmente. Explico-me: o diálogo, no fundo, é feito por pessoas de fé;
não é feito por especialistas, mas por pessoas de fé, por quem assimila, vive e penetra
profundamente na sua fé. Dão testemunho absoluto de sua fé, sem renunciar a nada dela.
Isto é testemunho que, no fundo, é o anúncio. Por isto, neste contexto, o diálogo
se torna – sem ser instrumentalizado – também um testemunho, um anúncio do próprio
Evangelho. E quando o diálogo se torna realmente algo de completamente separado da
atividade de evangelização, então, na minha opinião, acho que não tem futuro porque,
na realidade, ou chega a uma espécie de irenismo-sincretismo, que não tem razão de
ser, porque mortifica todas as religiões, ou se torna algo de acadêmico. (PL/BF)