Turim, 13 mai (RV) - "A Igreja Católica incute medo na China porque, enquanto
livre, demonstrou ser elemento de progresso na sociedade." Foi o que disse ontem o
cardeal chinês Joseph Zen Ze-kiun, bispo de Hong Kong, intervindo em Turim na Feira
Internacional do Livro.
O cardeal lamentou que na China existam duas Igrejas
católicas: uma clandestina, dependente de Roma, e outra oficial, reconhecida e controlada
pelo governo comunista e pela associação patriótica.
Para o purpurado, o controle
governamental impede que a Igreja Católica aja e movimente-se livremente. Os bispos,
por exemplo, não podem reunir-se. "Outras religiões aceitaram mais facilmente o controle
do governo comunista. Mas não é o caso dos católicos, porque limita o natural espírito
de evangelização que é próprio da Igreja Católica", explica.
Na Feira Internacional
do Livro, o Cardeal Zen Ze-kiun apresentou dois livros: "O Cardeal Zen" e "Sem diplomacia",
ambos sobre a situação dos católicos na China.
Hoje, o purpurado chinês vai
encontrar os sacerdotes e os seminaristas de Milão. O cardeal terá a ocasião de contar
sua experiência como padre e bispo, e também vai falar sobre as relações entre Roma
e Pequim e sobre a situação social e política da China às vésperas das Olimpíadas.
(BF)