VOTOS DO PAPA DE QUE SE RESTABELEÇA PAZ ENTRE ISRAELENSES E PALESTINOS
Cidade do Vaticano, 12 mai (RV) - "A Santa Sé reconhece a exigência legítima
de segurança e de autodefesa de Israel e condena com firmeza todas as formas de anti-semitismo.
Ao mesmo tempo, declara que todos os povos têm direito às mesmas oportunidades para
prosperar”: foi o que disse o papa, ao receber hoje o novo embaixador de Israel junto
à Santa Sé, Mordechay Lewy, por ocasião da apresentação das cartas credenciais, na
vigília do 60º aniversário da criação do Estado judeu.
Bento XVI exortou o
Governo de Israel a envidar todos os esforços para aliviar as privações dos palestinos,
garantindo a liberdade necessária para que se ocupem dos seus legítimos assuntos,
inclusive os deslocamentos aos lugares santos, de modo que possam gozar de maior paz
e segurança. Claramente – ponderou o papa – estes assuntos só podem ser enfrentados
no interior do mais vasto contexto do processo de paz no Oriente Médio. Daí os votos
do Pontífice de que “as esperanças e expectativas que surgiram da cúpula de Annapolis,
nos EUA, não desfaleçam”. “Quando os povos da Terra Santa viverem em paz e harmonia,
em dois Estados independentes e soberanos, o benefício para a paz mundial será inestimável”,
sonhou Bento XVI.
O Papa agradeceu a Deus “porque as aspirações do povo judaico
de ter uma casa na terra dos seus pais foram realizadas”, manifestando a esperança
de uma maior alegria quando uma paz justa finalmente resolver o conflito com os palestinos.
O Santo Padre lembrou as relações diplomáticas entre Israel e a Santa Sé,
estabelecidas 15 anos atrás, e manifestou o desejo de que desenvolvam ainda mais o
crescente respeito, a estima e a cooperação”, convicto de que a herança judaico-cristã
deveria levar à promoção de muitas formas de ação social e humanitária no mundo”,
inclusive no combate de todas as formas de discriminação racial.
Bento XVI
assinalou também “o alarmante declínio da população cristã”, que emigra do Oriente
Médio, recomendando ao Governo de Israel que intervenha para resolver também as “contínuas
incertezas” que afligem os cristãos acerca “dos seus direitos e do seu status legal,
especialmente no que concerne às questões dos vistos para o pessoal eclesiástico”,
almejando também “conclusões satisfatórias“ das negociações em andamento com a Santa
Sé sobre as questões econômicas e fiscais. Só quando estas dificuldades forem superadas
– disse por fim o papa – a Igreja poderá exercer livremente a sua missão religiosa,
educativa, moral e caritativa na terra em que nasceu”. (PL)