DEDICADA À FAMÍLIA PLENÁRIA PONTIFÍCIO CONSELHO PARA MIGRANTES E ITINERANTES
Cidade do Vaticano, 12 mai (RV) - A partir de amanhã, dia 13, até quinta-feira
próxima, dia 15, o Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes
vai realizar em Roma a sua XVIII Assembléia Plenária sobre o tema ‘A família migrante
e itinerante’.
Estarão presentes os 26 membros do Organismo (Cardeais, Arcebispos
e Bispos), provenientes de vários países, assim como 14 Consultores, também de várias
nacionalidades e especialistas em assuntos concernentes aos 9 setores de mobilidade
humana confiados ao Pontifício Conselho: migrantes por questões econômicas, refugiados
e deslocados, estudantes estrangeiros, nômades, circenses e feirantes, turistas e
peregrinos, marinheiros, pescadores e passageiros de cruzeiro, pessoas dos aeroportos
e da estrada (automobilistas, jovens e mulheres de rua e pessoas sem morada fixa).
A Rádio Vaticano contatou o Secretário do Pontifício Conselho, D. Agostino Marchetto,
perguntando-lhe quais são os maiores desafios e os problemas da família migrante/itinerante
hoje?
Agostino Marchetto:- As famílias das pessoas em mobilidade têm
dificuldades particulares ligadas propriamente ao seu estado de movimento. Antes de
tudo, isto quer dizer, em geral, separação dos membros, quando nem toda a família
deixa o país de origem. Mas há dificuldades também para todo o núcleo familiar, se
parte junto. São exatamente as dificuldades que os membros da família experimentam
no país de chegada que com freqüência causam a sua desagregação. Aqueles que trabalham
no turismo, ou nas naves, sentem também a separação das famílias, mesmo se em modo
saltuário e não permanente. Quem trabalha nos aeroportos, ao invés, tem horários de
trabalho longos e não habituais que se repercutem na vida familiar. Infelizmente,
longas separações podem causar a infidelidade da parte dos cônjuges. Ainda, o pai
ausente perde a autoridade (e talvez também o afeto) sobre e dos filhos. Quem permanece
com eles é obrigado(a), pois, desenvolver o papel de ambos os pais e os filhos sentem
a falta da figura do pai ou da mãe emigrado (a). Em terras estrangeiras eles experimentam
a diferença entre a cultura dos pais e a cultura do país no qual vivem.
P.
Que propostas a Igreja pode fazer?
Agostino Marchetto:- Mencionarei
duas. Primeira, a formação cristã continua dos jovens, que serão aqueles que se casarão,
e das famílias, para que possam ser o viveiro de cristãos, que é a sua vocação. A
segunda proposta possível é especificamente relativa à mobilidade, entendo o acompanhamento
pastoral, isto é, das famílias em mobilidade, como já se faz na Igreja. Trata-se agora
de difundir cada vez mais tal pastoral. Trata-se de estar lá onde se encontram estas
famílias para poder permanecer ao lado delas nos momentos de alegria e sobretudo em
situações dolorosas, para ajudá-las a descobrir finalmente o amor de Deus em todas
as circunstâncias da vida. Se cada membro da família se sente realizado, é mais fácil
que a família se mantenha unida. (PL)