PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A CULTURA ANALISA OS DESAFIOS DA IGREJA NA ÁSIA
Cidade do Vaticano, 08 mai (RV) - O Pontifício Conselho para a Cultura promoveu
nos dias passados em Katmandu, no Nepal, um simpósio dos centros culturais católicos
do sudeste asiático.
Participaram do encontro 38 centros culturais católicos
de Nepal, Bangladesh, Birmânia, Índia, Paquistão e Sri Lanka. O encontro teve como
tema central a relação entre a mensagem cristã, globalização e culturas tradicionais.
Uma das conclusões foi que, muitas vezes, sob o impacto da globalização, as
culturais tradicionais são marginalizadas.
A Rádio Vaticano entrevistou o Padre
Bernard Ardura, secretário do Conselho para a Cultura e coordenador do evento, perguntando-lhe
qual é, neste contexto, o principal desafio da Igreja na Ásia. A sua resposta:
Pe.
Ardura: – O desafio da Igreja na Ásia é precisamente conseguir fazer entender
que a mensagem de Cristo não é uma mensagem alheia; que é uma mensagem universal e
que os valores das culturas locais, os seus costumes são muitas vezes como que uma
preparação ao anúncio do Evangelho. Naturalmente, não devemos nos esquecer que todas
as culturas, inclusive as nossas, precisam ser purificadas pela luz do Evangelho.
Neste sentido, não devemos ter medo de propor a mensagem de Cristo como sendo verdadeiramente
um elemento fundamental para a dignidade da pessoa humana e da sociedade.
P.
– Na Ásia se fala de "desorientação" das culturas tradicionais, mas, ao mesmo tempo,
se assiste a um recrudescimento do nacionalismo cultural e religioso. Não é um paradoxo,
Padre Ardura? Pe. Ardura: – Naturalmente, o efeito da globalização
é um efeito universal e o que observamos, por exemplo, no mundo muçulmano, podemos
encontrar também na Ásia: estas culturas tradicionais se sentem ameaçadas pelo exterior
e por estes valores ou contravalores, que são comunicados através da globalização.
Há naturalmente um sentimento de defesa, em vista de uma sobrevivência e que, por
vezes, assume aspectos negativos, de violência e de exclusão do outro. É muito importante
fazer com que haja uma abertura ao universal, que seja fundamentado precisamente numa
identidade clara e pacífica de si mesmo. (PL/BF)