Futuro sombrio para a humanidade,adverte o directo - geral da UNESCO
(8/5/2008) O director-geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, prevê um "futuro sombrio"
para a humanidade devido à crescente crise alimentar mundial, que atinge sobretudo
África, continente que deverá ser afectado pela redução de programas de distribuição
de comida. Discursando na Bienal sobre a Educação em África, em Maputo, o director-geral
da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) considerou
também o HIV/sida um "fardo complicado" para os sistemas de educação no continente
africano. Nos últimos dias, diversos países, principalmente os mais pobres, têm
sido afectados pela escalada da crise alimentar e os preços dos bens alimentares praticamente
duplicaram, provocando tumultos e manifestações em vários Estados, incluindo africanos.
O desenvolvimento dos bio-combustíveis, as barreiras comerciais, uma procura crescente
com origem na Ásia devido a modificações dos hábitos alimentares, colheitas fracas
e o aumento do custo do petróleo são apontados como algumas razões da crise alimentar
mundial. As Nações Unidas criaram uma célula de crise composta por 27 agências e organismos
da ONU, para delinear um plano contra a crise provocada pelo aumento do preço de produtos
alimentares. O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) também anunciou a disponibilização
adicional de mil milhões de dólares (648 milhões de euros) para enfrentar o problema.
O mesmo Banco estima que o défice de alimentos poderá elevar-se a 35,8 milhões de
toneladas e que Burkina Faso, Libéria, República Centro Africana, República Democrática
do Congo e Egipto deverão ser os países mais afectados.