2008-05-07 12:55:04

Myanmar: cenário de destruição deixado pelo ciclone Nargis, com cerca de 23 mil mortos. O apelo de Bento XVI a abrir o coração á piedadae e á generosidade


(7/5/2008) O violento ciclone no delta do Irrawaddy, em Myanmar, provocou uma onda gigantesca que deixou as pessoas sem hipótese de fuga, matando pelo menos 22 mil e quinhentas e deixando 41 mil desaparecidos, disseram ontem as autoridades. "Foram causadas mais mortes pelo maremoto do que pela tempestade propriamente dita", disse o ministro de Auxílio e Recolocação, Maung Maung Swe, em conferência de Imprensa na devastada Rangun, antiga capital do país, onde já começa a faltar água e comida.
Este foi o pior ciclone na Ásia desde 1991, quando 143 mil pessoas morreram no Bangladesh.
Durante a audiência geral desta quarta feira Bento XVI uniu-se ao “grito de dor e de socorro” da população de Myanmar. O Papa lembrou “perturbadora violência” do ciclone, que destruiu “numerosissímas vidas, além de bens e meios de subsistência”, e retomou os apelos à “solidariedade” que lançara numa mensagem ao presidente da Conferência Episcopal birmanesa, manifestando a sua “proximidade espiritual” às pessoas atingidas.
“Quero repetir a todos o convite a abrir o coração à piedade e à generosidade, de forma que, graças à colaboração de todos os que podem e desejam prestar socorro, se possam aliviar os sofrimentos causadas por esta tragédia tão gigantesca”, concluiu.

"As Nações Unidas farão tudo o que puderem para fornecer uma assistência de urgência à Birmânia" (Myanmar), assegurou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. A Junta Militar birmanesa aceitou as propostas de ajuda, mas com condições. "As equipas de peritos estrangeiros deverão negociar com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e as mais altas instâncias" do país, declarou Maung Maung Swe, ministro da Protecção Social birmanês, em declarações a partir de Rangun, antiga capital birmanesa.

Em Genebra, os porta-vozes das várias agências humanitárias da ONU indicaram ontem que as equipas ainda estão à espera de vistos para avançar. A China, aliada do regime birmanês, anunciou uma ajuda de urgência de um milhão de dólares (cerca de 645 mil euros) em "dinheiro e material".

Entretanto, na sequência do desastre, a Junta Militar decidiu adiar para o próximo dia 24 um referendo constitucional nas áreas mais atingidas de Rangum e do vasto delta do Irrawady. De acordo com a TV estatal, no resto do país o referendo mantém-se para dia 10. O objectivo é aprovar um "mapa para a democracia", muito criticado nos países ocidentais, especialmente depois da sangrenta repressão a uma rebelião liderada por monges budistas em Setembro passado.








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